Entre os dias 26 e 27 de maio de 2009 estive num seminário sobre Jorge Amado , bancado pela Companhia das Letras e que contou com mediadores e palestrantes ,acadêmicos paulistas e baianos,além de escritores e jornalistas.
Fui representando a Câmara Baiana do Livro,mas,iria de qualquer jeito,mesmo recém – chegada da Bienal de Minas,pois os temas eram importantíssimos e a equipe,excelente.
Sem contar que,lá estava o José Eduardo Agualusa,escritor angolano de boa cepa que eu sempre quis conhecer.
Os temas foram variados; tratou-se desde as capas e traduções dos livros do autor,espalhadas pelo mundo todo,até suas preferências políticas,seus personagens inesquecíveis,como Dona Flor e Quincas Berro D’água,o sincretismo da sua obra e até o comentado “aburguesamento” do escritor, desde a revolução de 64.
Tive a sorte de conhecer o Jorge e a Zélia , através de um amigo comum,Mirabeau Sampaio,mas,- helás- nunca ficamos íntimos,primeiro e sobretudo pela minha natural timidez que me impedia de me achegar aos famosos,pois sei,como a abordagem é antipática.
Relendo páginas do seu livro auto-biográfico “Navegação de Cabotagem”,encontro textos que bem definem o escritor e o homem,ambos coerentes um com o outro.
Selecionei este:
“Os intelectuais da elite brasileira,os de esquerda e os de direita,irmãos gêmeos na pretensão e na tolice,uns quantos imitam os europeus,a maioria é fotocópia dos ianques,de brasileiros não têm quase nada;mesmo livresco e limitado,o saber os coloca acima da cidadania,sentem-se superiores,repudiam a criação popular,viram a cara,tapam o nariz á rua,á praça,ao folclore,o povo fede e eles são uns senhoritos.”
Descobriram agora,meus leitores porque o Jorge que ocupou a cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras ,nunca deu bola para essa estória de fardões?Espírito livre,avesso a convenções e escritor de temas populares,Jorge jamais se adaptaria ao estilo da ABL.
A Academia odeia escritores que vendem livros ,acha que os campeões de venda são escritores “menores”,de segunda, e prefere apoiar os “mestres e doutores”,que escrevem em academês e o povo não entende nem lhes compra os livros.
Agora , até que mudou um pouco seu conceito,mas,a meu ver,para pior,pois o fardão é vestido por “globais” , e autores de obras menores e pouco importantes,tais como coletânea de frases e assuntos musicais,ou biografias escandalosas.
Jorge Amado , Darcy Ribeiro,claro,não se sentiriam confortáveis lá. Nem esta escriba que escreve essas mal – traçadas,sempre em linguagem popular,mas,que,pelo menos,vende livros.
Existem escritores brasileiros que amam a brasilidade, como Antonio Torres , Antonio Cândido, o quase esquecido Adonias Filho,criadores da cultura mestiça do Brasil com S e existem os outros, que repetem de oitiva o discurso importado e bestialógico,como diz Jorge.
PALAVRA DO LEITOR:
A HISTÓRIA OFICIAL É VERSÃO DOS VENCEDORES (ELITE E BRANCA). BEM FEZ O DRUMMOND TAMBÉM QUE RECUSOU UM ASSENTO NAQUELA ACADEMIA. DIZIA ELE QUE LÁ ERA O LUGAR DE PASSEIO DE EGOS SOBREPONDO-SE. ABRAÇÃO, MIRIAM. ÓTIMO FINAL DE SEMANA. PAZ E BEM.
JOSÉ CLÁUDIO ADÃO,ESCRITOR MINEIRO.
Miriam de Sales Oliveira é uma intelectual no sentido pleno, motivo de honra para a Academia de Cultura da Bahia e das demais instituições culturais da nossa terra.
Ler suas produções literàrias é saborear o que existe de belo e agradável na literatura do Brasil.
Blog MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA
PALAVRA DO LEITOR:
A HISTÓRIA OFICIAL É VERSÃO DOS VENCEDORES (ELITE E BRANCA). BEM FEZ O DRUMMOND TAMBÉM QUE RECUSOU UM ASSENTO NAQUELA ACADEMIA. DIZIA ELE QUE LÁ ERA O LUGAR DE PASSEIO DE EGOS SOBREPONDO-SE. ABRAÇÃO, MIRIAM. ÓTIMO FINAL DE SEMANA. PAZ E BEM.
JOSÉ CLÁUDIO ADÃO,ESCRITOR MINEIRO.
Miriam de Sales Oliveira é uma intelectual no sentido pleno, motivo de honra para a Academia de Cultura da Bahia e das demais instituições culturais da nossa terra.
Ler suas produções literàrias é saborear o que existe de belo e agradável na literatura do Brasil.
Blog MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA
Miriam,
visitei, vasculhei, li e encantei. Adorei a estante em volta e os dizeres que encontrei. Você não pode parar de escrever ! É, ainda bem que você não é analfabeta. Eu às vezes me sinto uma analfabeta digital quando demoro para fazer coisas que meus filhos fazem num passe de mágica. Ter nascido e crescido no século passado tem mesmo algumas limitações se comparármos com o novo milênio, mas faz parte e como dizem por aí: TA RUIM , MAIS TA BÃO.
Isabel Cristina,professora mineira,sobre esse blog.
A HISTÓRIA OFICIAL É VERSÃO DOS VENCEDORES (ELITE E BRANCA). BEM FEZ O DRUMMOND TAMBÉM QUE RECUSOU UM ASSENTO NAQUELA ACADEMIA. DIZIA ELE QUE LÁ ERA O LUGAR DE PASSEIO DE EGOS SOBREPONDO-SE. ABRAÇÃO, MIRIAM. ÓTIMO FINAL DE SEMANA. PAZ E BEM.
ResponderExcluirMiriam de Sales Oliveira é uma intelectual no sentido pleno, motivo de honra para a Academia de Cultura da Bahia e das demais instituições culturais da nossa terra.
ResponderExcluirLer suas produções literàrias é saborear o que existe de belo e agradável na literatura do Brasil.
Mirokca,
ResponderExcluirVocê sabe que tive, num curto período de tempo, quando em Salvador morei, a oportunidade de conhecer e conviver diretamente com Jorge Amado e isto me fez tomar do "filtro" literário, a água do sabor das suas obras. Mas, ressalto o grande apreço que comecei a ter por sua forma simples e convidadiva de fazer literatura. Pois, seu mais recente trabalho "As filhas do General", é um romence contemporâneo e inovador com as novas tecnologias da época. Pois, trata-se de e-book, onde facilita e oportuna o leitor. Sem falar na presença feminina na nossa literatura brasileira.
Sucesso sempre no seu caminhar!
Bjns.
Solange.
Cara Solange sua presença é sempre de muita valia aqui neste espaço q/ é tb dos leitores.
ResponderExcluirSeu conhecimento e discernimentosão sempre ferramentas importantes p/ nos ensinar o caminho. bjs
Miriam, muito verdadeiro o que você diz sobre Jorge Amado, em particular o que Amado diz sobre alguns esritores made in Brazil.
ResponderExcluirSe você me permite um reparo, pergunto: Que "revolução de 64", é essa? conheço e fui vítima do GOLPE DE 64.
ABRAÇOS
ARAKEN