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sábado, 9 de fevereiro de 2013

JÁ É CARNAVAL,CIDADE!


O BLOG DE FEVEREIRO/2013




Ô ABRE ALAS  QUE EU QUERO PASSAR...
... contando  a história das marchinhas que tanto alegraram os carnavais de outrora.
Elas tem origem nas marchas populares portuguesas,inclusive as marchas militares,com suas batidas fortes -bum,bum-  e compasso binário com melodias simples,fáceis de memorizar e cantar.Rimas pobres,porém enriquecidas pelas melodias,que,no Brasil,também se inspiraram na polca,no rag-time e no one-step .
Mas,o forte das marchinhas são as letras picantes,buliçosas,críticas,caricaturais,maliciosas,brejeiras,canalhas,cheias de duplo sentido,ensejando a que o povão modificasse a letra a seu bel prazer,inclusive, substituindo palavras por palavrões;como não existe pecado ao sul do Equador,principalmente no Carnaval,os foliões arregaçam,como se diz,sem medo da policia.
Antes de desaparecerem para dar lugar ao samba-enredo,as marchinhas eram imbatíveis nas sátiras e ninguém escapava de ser ridicularizado,pois a marchinha é democrática:não poupa ninguém,nem o rei,nem o bispo,nem o papa.
Mas,seus alvos favoritos são os políticos(como apanham esses malandros,nossa!) e as minorias como os gays,os cornos,as mulheres feias ou boazudas,os padres,os funcionários,as menininhas más de famílias boas,não há o que não seja aproveitado.
As marchinhas tinham que se desenvolver no Rio,irreverente pela própria natureza e dos anos 20 até meados dos anos 50 reinaram absolutas nos nossos carnavais,desde a primeira composição criada em 1899,Ô Abre Alas”,de Chiquinha Gonzaga.Depois vieram as clássicas:Cidade Maravilhosa, que virou o hino do Rio de Janeiro,Pierrô Apaixonado,a Jardineira,Touradas em Madrí, Chiquita Bacana,Taií,Papai Adão...
No Nordeste as marchinhas ainda são cantadas,nas ruas,nos cordões carnavalescos.Ai,isso assim tá muito bom,isso assim tá bom demais...As deliciosas marchinhas não podem morrer!



                                               O PAÍS DO CARNAVAL
                                                                                     Max Nunes


O Brasil tem 8 milhões e 525 mil quilômetros  quadrados de  superfície.É um bocado de terra.Terra prá ninguém botar defeito.Mas,não tem vaga pro meu carro.Dentro do Brasil dá prá estacionar a Inglaterra com o Big Bem,a rainha e Lady Di;dá prá estacionar a Alemanha,a Bélgica,a Grécia com todos os zorbas e mais o arroz à grega,a Itália com todos os seus papas e mais o Pavarotti,a França com os seus diversos queijos e mais os ex-maridos de Brigitte e a Argentina com a sua  invejável coleção de tanguistas de porre e mais todos os discos de Gardel – mas,não tem vaga pro meu carro.
Carnaval!Como aparece espaço no Carnaval!Tem espaço para bloco,prá rancho,prá desfile de escolas de samba cada uma com mais de dez mil passistas e não sei quantos bicheiros –mas,não tem vaga pro meu carro.E, o Brasil,insisto tem 8 milhões e 525 mil quilômetros quadrados!
Agora vejam o meu azar;se o Brasil,além desses km quadrados,tivesse apenas mais um metro,já tinha vaga para meu carro!



      VOCÊ SABE COMO SURGIU A BADERNA?         
Tristeza e saudade para uns, alivio para outros.Amanhã,ao meio dia,a cidade voltará ao normal,a vida vai seguir o seu curso,estudos,trabalho,seriedade.As dores que estavam meio anestesiadas pela folia,voltarão mais fortes;a alegria fabricada com dia e hora marcada para terminar,abandona o dono sem dizer adeus.Cai-se na real,o que,convenhamos,é melhor do que cair de um terceiro andar .Ou de cima de um trio.Amores de carnaval desaparecem na fumaça,como diz a canção e o prosaico retoma seu lugar.Adeus,adeus,  ano que vem  tem mais.
Muitos,principalmente os eternos mal humorados,acham o carnaval uma baderna.Enchem a boca para dizer esta palavra sem nem ao menos saber o que ela significa.Mas,é uma estória de amor.
Contam os antigos que,na cidade dePiacenza,Italia,nos idos de 1828,nasceu uma bela moça chamada Marietta Baderna.Nunca se sabe de onde lhe veio o nome,talvez de um ancestral marinheiro.
O certo é que a linda garota tornou-se bailarina,venceu os preconceitos inerentes á profissão,e entrou para o elenco do famoso Scala,de Milão,com quem excursionou por toda a Europa.
Quando a Italia,dominada pela Áustria,baniu os teatros e os artistas,Marietta veiu dar com os costados no Rio de Janeiro,por volta de 1849,sabe-se lá porque.
O sucesso desta moça foi tão grande que ela tinha uma enorme quantidade de fãs,todos muito apaixonados e capazes de lhe ofertar a lua e as estrelas.Com frequência,uns se batiam com os outros em brigas homéricas,criando enorme desassossego nas ruas desta cidade pacata,que só queria passear em paz na Rua do Ouvidor,sem ser desacatada por brigões irresponsáveis.
Os Romeus briguentos foram apelidados de badernistas e daí surgiu a palavra baderna,significando confusão e desordem.



                      EU,NO CARNAVAL



SOU SAUDOSISTA. GOSTO DOS CARNAVAIS DO PASSADO,DOS CARETAS,DAS LANÇA - PERFUMES,DOS CARROS ALEGÓRICOS,DO BAILE DO BAIANO,DOS PALHAÇOS,DAS MARCHINHAS,DA MUDANÇA DO GARCIA E DO JEGUE DE CUECA.
ALGUMAS FOTOS PROVAM QUE ,SIM,BRINQUEI O CARNAVAL;DESDE PEQUENININHA.

Com a inesquecível Regina Dourado,no baile de abertura do Carnaval,ainda no  antigo Gláuber Rocha.


Carnaval em Las Palmas,Ilhas Canárias,1992