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domingo, 26 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

NO QUE EU ACREDITO...



NO QUE EU ACREDITO
A necessidade de se expressar,  seja através da fala ou da escrita,é inata no homem.
Todos têm suas próprias vivências, crenças a defender e estórias para contar; o mesmo fato é visto de maneira diferente por cada pessoa.E,todos adoram contar suas experiências.Daí a necessidade de imortalizar suas idéias,passando-as para o papel, afim de que outras gerações compartilhem do conhecimento que apreendeu durante sua curta passagem pelo planeta.
Saramago dizia que o autor,famoso ou não,conhecido ou não,”concentra o feixe de obrigações derivado dos seus atos ,seja como cidadão ou escritor,pois,a obra é o romancista e o romancista resulta da projeção da pessoa que o anima.”
Mas,se escrever é dado á todos,publicar é que é o x do problema.
O livro ,no Brasil é caro,talvez por não se dar a ele a devida importância.
Cheia de idéias e parca de recursos, senti  na pele,quando quis publicar meu primeiro livro.
Acabei fazendo um e-book,um CD com mensagens e imagens que foi lançado na Bienal de Salvador em 2009 e logo  vendido.
O primeiro impresso foi “A Bahia de Outrora”,hoje na 2ª edição,com a 3ª já na gráfica,desta vez com o meu selo editorial.
Por que uma escritora  quereria entrar nesse mundo tão competitivo,arriscado e complicado da edição de livros?
- Porque és doida,diziam meus amigos.
- Está procurando sarna pra se coçar,diziam os familiares.
- Porque é  necessário,dizia um velho amigo,também ele escritor que publica com o seu selo ,todos os seus livros infantis.
E ele está certo.
Entregamos nossos arquivos á Editora,pagamos antecipadamente pelo serviço ,eles nos entregam os 100 ou 200 livros encomendados,mas, e o resto?!
Raríssimos nos devolvem a mídia e todos fazem contratos draconianos.E,mais raros ainda são os que nos prestam contas.Nunca recebi nenhuma planilha de vendas das editoras com as quais trabalhei.Mas,descobri livros meus vendidos em lugares onde nunca os coloquei.O mesmo ocorreu com dezenas de colegas que fizeram seus livros com editoras ditas sérias.
Por causa disso criei a Pimenta Malagueta,há dois meses atrás.Mas,ela já estava na minha cabeça desde 2009, quando passei a estudar o mercado editorial,aprender sobre edição,descobrir bons profissionais e gráficas sérias,conversando com editores e autores, enfim,me preparando,porque não é uma decisão que se tome de uma noite  pro dia.Exige seriedade e o mínimo de conhecimento.
A idéia original era fazer meus próprios livros,apenas; mas,vieram os colegas pedindo para fazer os deles,também.
-Em você eu confio!
Palavras  lisonjeiras,mas,muito pesadas ,revelando o tamanho da encrenca em que me meti e o tamanho da responsabilidade para com os outros.
Mas,como não tenho medo de nada e confio no meu taco,segui em frente.

Em Março, a Pimenta Malagueta estará espalhando seu perfume em sua sede própria ,no Bonfim, dois dos meus livros já estarão á venda com o meu selo e,mais tarde um pouco,mais dois livros de colegas.
Não vou com muita sede ao pote, pois,quero trabalhar fazendo o melhor.A “Pimenta” não veio para ser mais uma.
Para isso,vamos trabalhar sob as bênçãos do Senhor do Bonfim a quem saúdo,diariamente da minha janela.
Andar com fé eu vou e a fé não costuma falhar.


         QUE TAL UM MOMENTO DIVERTIDO?


             VOCÊ GOSTA DE GATOS?
             EU GOSTO DE GATOS E LIVROS







            UM ARTIGO IMPERDÍVEL



BRAVA CULTURA

          A cultura de um país é sem sombra de dúvida seu maior  patrimônio.  As artes são múltiplas e nos ajudam nesta caminhada de escrever nossa história, de preservar a memória. Aliás, sem memória, nada subsiste.  E que história ficará para as futuras gerações?
Eis a questão...
          Para nós que lutamos em prol da cultura, trabalhamos por ela e fazemos disso questão de honra, parece que estamos sendo contemplados. Boas notícias rondam a Cidade Maravilhosa, com isso boas novas para todo Brasil.
Em clima de comemorações, todas bem-vindas, a que se lembrar de aplaudir o renomado teatro João Caetano, bem no centro da cidade, cuja história constitui um capitulo singular, afinal é teatro mais antigo em atividade no Brasil. Em outubro passado, mais precisamente dia 12, este  palco de tantas memórias completou 198 anos. Quase duzentos anos de muita história pra contar e relembrar. Já começa com o braço forte de seu criador. Com a Independência do Brasil, em 1822, o panorama do teatro começa a mudar no Brasil creditando-se a João Caetano, este feito: trazer brasilidade às artes cênicas, até então inspiradas nos moldes europeus. Empresário atuante, um dos mais importantes do século XIX criou em 1833 sua própria companhia lançando nomes que marcaram a história do teatro, como Francisco Correa Vasques, que veio a ser um dos mais queridos atores da ribalta fluminense. Neste palco fatos curiosos e relevantes tiveram vez, entre eles quando o Imperador D. Pedro recebeu a informação sobre revolta contra o FICO, enquanto assistia a um espetáculo. Tomando ali
 primeiras iniciativas ao acontecido, segundo historiadores.
Em 1935 um tumulto na platéia com direito a tiroteio, remonta a passagem em que Carlos Lacerda, a época militante do Partido Comunista Brasileiro, lia o manifesto da Aliança Libertadora.
Fama internacional também alcançou o teatro João Caetano. Nomes como Eleonora Duse e Sarah Bernhardt, consideradas as maiores atrizes do mundo do século XVIII pisaram aquele espaço cênico Atores do quilate de Paulo Gracindo, Paulo Autran, Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro, Tônia Carrero, Grande Othelo, Marcos Nanini, Diogo Villela, Henriette Morineau, deixaram lá registrado seu talento, enriquecendo a arte verde e amarela.
A música também foi um belo cartão de visitas neste tablado desde sua fundação, não obstante, a primeira apresentação de Carmen Miranda em teatro, aconteceu lá, nos anos 30. Tempos mais tarde, na década de 70, o saudoso produtor cultural Albino Pinheiro lançou o ‘Projeto Seis e Meia’ trazendo ao alcance de muitos o que era privilegio de alguns; música de boa qualidade a quem não podia freqüentar as casas de espetáculo além túnel. Uma idéia inovadora que lançou moda, copiada até hoje.  Paulo Roberto de Oliveira que dirigiu por anos a fio o teatro João Caetano nos faz rememorar artistas como Pixinguinha, Aracy Cortez, Braguinha, Dalva de Oliveira, Roberto Carlos, Sylvio Caldas, Mário Lago, Cauby Peixoto, Taiguara, Gonzaguinha, Herivelto Martins, Chico Buarque, João Nogueira, Zeca Pagodinho, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jacob do Bandolim, Elizeth Cardoso, Zimbo Trio, Conjunto Época de Ouro, Djavan, Fagner , Simone ,Ivan Lins , Milton Nascimento, que subiram este mesmo palco engrandecendo a programação.
           A reabertura de teatros importantíssimos é um fator valioso e primoroso,  palcos que guardam momentos indeléveis de resistência e beleza estão felizmente sendo reinaugurados, para nossa felicidade.  Alguns exemplos:  o teatro Tereza Raquel, que fica em Copacabana,  por anos serviu apenas para ensaios, renasce.  Inaugurado, no início dos anos 70, pela atriz que lhe dá nome, abriu as portas  com a apresentação de Gal Costa, seguindo-se de outros de igual porte, como Caetano Veloso, Luiz Gonzaga, Gilberto Gil entre muitos, como a atriz Bibi Ferreira, no memorável espetáculo ‘Gota d’Água’, Marília Pêra, Sérgio Brito, Paulo Grancindo e por aí vai.  Só gente de ponta. Além de atrações internacionais.
           Outro espaço cênico fundamental para nossa cidade é o teatro Dulcina, no coração do Rio, na Cinelândia, a Broadway carioca dos anos áureos do teatro brasileiro. Sua relevância histórica é primaz, sobretudo porque guarda a memória afetiva do teatro brasileiro, a nossa, portanto.
Dulcina de Moraes foi um expoente da dramaturgia nacional. Praticamente unanimidade. Atriz de uma força cênica como raras, foi educadora e por seu olhar vanguardista e visionário, não entendeu o teatro apenas como entretenimento, que também o é, foi adiante. Percebeu o poder didático e educativo do teatro e não fez por menos, abriu a Fundação Brasileira de Teatro, no Rio de Janeiro, e posteriormente a Faculdade de Artes Cênicas Dulcina de Moraes em Brasília.
Abraçou a causa da classe como ninguém havia feito até então.  Encenou e dirigiu espetáculos de autores importantes, como Frederico Garcia Lorca e Bernard Shaw. Dos brasileiros estimulou e trouxe a cena textos de Oduvaldo Viana, Viriato Correa, Joracy Carmargo, Armando Gonzaga e mais um infinito número de bons autores. Ao lado do marido, Odilon Azevedo, capitaneou a Companhia Dulcina-Odilon, até aproximadamente 1963. Morreu aos 88 anos, com um legado inquestionável. Ficamos devedores por longo tempo de estampar o nome Dulcina de Moraes a frente de seu próprio teatro, lugar onde reside um dos marcos mais respeitados das artes cênicas no Brasil. Uma lacuna que merecia atenção.  Apesar de tardio parece ter chegado o momento.   Reinaugurá-lo é um dever e ao mesmo tempo um valioso presente ao cidadão brasileiro.  O que importa, é que temos de volta em grande estilo o teatro Dulcina, que segundo, Antonio Grassi, à época Presidente da Funarj,  há de ser “um palco onde o principal critério para sua ocupação será a excelência”.  Fazendo jus às suas palavras, a estréia se deu em grande estilo, com nada mais, nada menos, que a inominável Bibi Ferreira, em comemoração aos seus setenta anos de carreira, no show “Bibi In Concert IV”, um show encantador como a própria Bibi. É possível arriscar que não haveria melhor escolha para abrir a cortina do novo Dulcina, cheio de propostas, sonhos e expectativas, com uma atriz desse quilate. Tão próxima que foi de Dulcina, só poderá colher este teatro , belos frutos. Aqui fica a torcida.
           Pena que o cenário ainda não esteja completo. O resistente teatro Ipanema está à procura de quem o alcance. Perdê-lo poderá ser outra destas temeridades culturais. Ainda em tempo de ser evitada. Estamos na torcida.
            A educação nos ensina a ler e escrever, mas a cultura a enxergar. E o teatro, arte plural e mutante que é,  em meio a tantas funções cumpre este papel direitinho. Dulcina entendeu isso, João Caetano idem. Que nossos governantes aliem-se a estes ensinamentos e assim, quiçá o ‘país do futuro’ poderá estar mais presente do que possamos imaginar, deixando-nos a comovida sensação de que a cultura é de fato nosso maior patrimônio.
           De toda forma, estamos avante. Ganhamos todos, classe artística e público.    Vida longa, pois, aos nossos teatros! 
                                    Brava cultura!  
Rogéria Gomes,jornalista e escritora
grandesdamas@hotmail.com                                                      
                                                                

                                      



         UM POEMA DE MILLÔR

BRASIL,cheio de rios
Terra da Petrobrás
Alguns cachos de bananas
Y outras cositas más
Onde há quinhentos anos
Se progride o progresso
E,Incitatus*,cada dia
Está mais perto do Congresso.
*Incitatus,o cavalo do imperador Calígula,nomeado senador.
Aqui também temos muitos ,só que com dois pés.