RECORDAR É VIVER
BECO DAS PALAVRAS
EDIÇÃO VIRTUAL
JANEIRO/FEVEREIRO/2015
DIRETORA RESPONSÁVEL: MIRIAM DE SALES
COLABORADORES:
REVISTA DIGITAL,MENSAL,SEM FINS LUCRATIVOS
EDITORIAL
Desde que começamos nosso principal objetivo é divulgar a
cultura brasileira e seus agentes.
Nos orgulhamos de
contribuir para melhorar a sociedade,tornando – a melhor informada,mais
justa,independente,pensadora,onde tudo é normal e todo pensamento é livre.
Durante todo estes anos
e vivendo muitas batalhas,desenvolvemos boas parcerias,conhecemos muitos bons
autores aos quais demos voz e vez,espaço e divulgação,já que estão sempre longe
da grande imprensa que não lhes reconhece o talento.Estamos abertos a todos,a
todos tentamos ajudar na realização dos seus sonhos.
Assim surgiram nomes que em muito breve tempo estarão
brilhando no cenário nacional,porque
acreditam que o livro é a força motora das
transformações sociais e o
responsável pelo ser humano melhor,mais consciente e respeitador dos seus
semelhantes.
Ainda no terreno dos
livros ,não podemos deixar de citar nossas Seletas ,com as quais
lançamos nossos novos autores no mercado,despertamos o interesse do público
pela poesia,que alguns acham maldita porque dizem que não vende e pela nova geração de autores brasileiros
,aumentando ,deveras,nosso patrimônio cultural.
depois de tudo isto só nos faltava a revista.bem,não falta
mais.nasceu ,em setembro/14, virtualmente,a revista literária “BECO DAS
PALAVRAS”.Um projeto dedicado aos livros. Uma revista feita para quem
adora,vive e respira literatura.Assim ,democratizamos a literatura.A cultura
deve ser de todos para todos.Confiamos na sua universalidade.
Apesar de não termos sido muito divulgados os acessos
,segundo informações do site,atingiram mais de 10000 visitas. Começamos a criar
asas e ousadamente ,bancamos e
publicamos a revista impressa,contando com a valiosa assessoria da EGBA,a
Empresa Gráfica da Bahia,que muito nos ajudou com orientação e conselhos.Em
Dezembro/14 realizamos o desejo de torná-la impressa; apenas 100 exemplares para
ser distribuídos entre nossos autores,colaboradores,amigos e simpatizantes.
A partir de Abril nosso projeto se estende e nossa revista
será impressa mensal ou bimensalmente a depender dos custos.Pretendemos viajar
por todo universo literário dos livros aos e-books,dos romances á história,dos
contos infantis á literatura fantástica,tão em voga nestes tempos
cibernéticos.Enfim,não somos o docinho brigadeiro,mas,queremos agradar a todos.
Continuamos nossa versão digital e assim estaremos sempre a
seu lado,amigo leitor.
Esta revista é um mimo para vocês,uma homenagem ao livro
como fonte reparadora da humanidade e uma forma de refletir sobre o mundo,as
ideias,sobre quem somos e o que queremos.
Miriam de Sales
LETRAS GRAÚDAS
ARTUR DE SALES
Banhado pelas águas do mar que chegavam bem
perto da sua casa,um dos maiores poetas baianos,Artur de Sales,nasceu a 7 de
março de 1879,no bairro do Pilar, na Cidade Baixa, filho de Severino Gonçalves
de Sales e de Maria Eufrosina de Aragão Sales.
O menino,que morava perto do Cais Dourado,
conviveu com estivadores,comerciantes ,gente do povo,que dançava samba -de – roda e jogava capoeira.Esse convívio e
aprendizado o fascinou ,e ,aos treze
anos começou a fazer versos.Em 1901 ,vários jornais e revistas de Salvador publicaram seus poemas,que caíram
no agrado de todos.
Em 1905
formou-se em professor pela Escola Normal da Bahia e começou a
ensinar.Em 1908 foi nomeado
bibliotecário da Escola Agrícola da vila de São Francisco do Conde.Participa de
serões literários e recitais de poesia
que tinham lugar na casa de seu tio Martinho Gonçalves de Sales
Brasil,juntamente com seu pai,Severiano onde conheceu e se enturmou com o
melhor do mundo literário da época,como a poetisa Amélia Rodrigues,a família Balthazar da Silveira e
dos Mangabeiras ,de tradição inconteste nos meios baianos.
A chegada da Revolução de 30 trouxe mudanças
que afetaram bastante os planos do poeta, ao fechar os Aprendizados ,deixando-o
desempregado. Lutando pela sobrevivência foi ensinar no Instituto Baiano de Ensino,cujos donos Hugo e
Giraldo Balthazar da Silveira ,foram seus condiscípulos,ensinando
Português,Francês e História. Em 1935 é nomeado para o mesmo cargo de professor
adjunto para o Aprendizado de Quissamã,em Sergipe.È desta época a tradução de
Macbeth,de Shekaspeare,única tradução de versos rimados da Língua
Portuguesa,publicado pela Editora Jackson e,também,quando Monteiro Lobato o
convida para publicar uma pequena
seleção de seus versos, mas,o poeta não aceitou,pois,queria uma coletânea mais
abrangente e que melhor representasse sua obra.
Essa parece ser uma época
florescente para Artur de Sales,que,ainda neste período escreveu “Ocaso
No Mar”, um soneto perfeito, que o renomado crítico Agripino Grieco,em conferência
no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia disse que “se toda poética
nacional se perdesse num naufrágio,e só restasse esse poema,o crítico da
História,lendo-o,exclamaria:-Aqui viveu um grande povo.”
No seu primeiro livro “Poesias”, está o poema
“Lúcia”,muito apreciado pela crítica ,que o considerava o maior poeta da Bahia,
depois de Castro Alves.
Cláudio Veiga ,em seu livro “Sete tons de uma
poesia maior”-Uma Leitura de Artur de Salles,conta que,depois de aposentado,o
poeta recebeu uma modesta sinecura do seu amigo Otávio Mangabeira,também
,membro da Academia de Letras da Bahia,e,então,governador da Bahia, que muito o
ajudou na sua velhice.
Artur de Sales
participou ativamente da vida da
sua cidade,sendo membro da Nova Cruzada,frequentava as reuniões da ALA (Ala das Letras e
Artes),aproximou-se dos jovens promotores de “Arco & Flexa” e era filiado á
Associação Brasileira de Escritores,cuja presidência ocupou,quando em 1948
se realizou em Salvador o congresso nacional da entidade.
Foi um dos fundadores da Academia Baiana de
Letras (,onde ocupava a cadeira nº 3),ao lado de Rui Barbosa,Otávio
Mangabeira,Borges dos Reis,Afrânio Peixoto,Miguel Calmon,Aluísio de Carvalho
(Lulu Parola)Teodoro Sampaio,Oscar Freire,Carneiro Ribeiro,J.J.Seabra,Pirajá da
Silva,Arlindo Fragoso,os Castro Rabelo e Muniz Sodré.
Em 1947 ministrou a aula inaugural na Faculdade
de Filosofia da Universidade da Bahia de um curso sobre Castro Alves.
Ao ser questionado por parar sua produção
literária em 1951,explicou:
-Desde 1930,pelos motivos que todos conhecem e
pelo infortúnio,me afastei das atividades literárias.Antes pensava como
D’Annunzio: -“Criar com alegria”.Hoje,depois de muito pensar,digo como
Goethe:-“Da tua dor faze um poema”.E eu ainda não comecei o poema da minha dor.
Nota da Autora:
Tive a sorte de conhecer Artur de Sales,embora
ainda muito criança.Primo carnal do meu avô Vicente Sales,frequentava muito a
casa dos meus avós maternos.Lembro-me da
sua abundante e branca cabeleira de
poeta, do seu ar humilde,e de suas viagens de bonde,onde quase nunca saltava na
paragem certa,mergulhado nos livros que tanto amou.Tinha que saltar na Boa
Viagem e acabava indo parar na Ribeira,numa excelsa comunhão com as suas
leituras.
Junto com
Pétion de Vilar escreveu o Hino ao Senhor do Bonfim,que Caetano
Veloso apresentou para o mundo.
Seu poema,Ocaso no Mar,uma das mais belas
páginas da poesia brasileira:
Ocaso
no Mar
O céu a valva azul de uma concha semelha
De que outra valva é o mar ouriçado de escamas.
No ponto de junção, o sol - molusco em chamas -
Do bisso espalha no ar a incendida centelha.
Listões de intenso anil, raias de cor vermelha,
Grandes manchas de opala, arabescos e lhamas,
Da luz todos os tons, da cor todas as gamas
Vibram na valva azul que a valva verde espelha.
Mas todo este fulgor esmaece e se apaga.
Tímido, o olhar do sol bóia de vaga em vaga,
Porque uma sombra investe a sua concha enorme.
É a noite: como um polvo, insidiosa, se eleva.
Desenrola os seus mil tentáculos de treva:
E o sol, vendo-a crescer, fecha as valvas e dorme.
O céu a valva azul de uma concha semelha
De que outra valva é o mar ouriçado de escamas.
No ponto de junção, o sol - molusco em chamas -
Do bisso espalha no ar a incendida centelha.
Listões de intenso anil, raias de cor vermelha,
Grandes manchas de opala, arabescos e lhamas,
Da luz todos os tons, da cor todas as gamas
Vibram na valva azul que a valva verde espelha.
Mas todo este fulgor esmaece e se apaga.
Tímido, o olhar do sol bóia de vaga em vaga,
Porque uma sombra investe a sua concha enorme.
É a noite: como um polvo, insidiosa, se eleva.
Desenrola os seus mil tentáculos de treva:
E o sol, vendo-a crescer, fecha as valvas e dorme.
NA BERLINDA
ANTONIO ROBERTO SILVA
Como você começou a escrever?
1 Desde cedo. Gostava de
ler as crônicas da Rachel de Queiroz, do Heitor Cony, dentre outros, da revista
O Cruzeiro e admirava a maneira como eles escreviam. Daí os imitava em pequenos
trechos literários. Nunca tive problema com redação nos tempos escolares.
Teve dificuldades no começo?
2 Sim. Em qualquer
situação da vida o começo é sempre duro, mas não sou escritor, apenas escrevo
alguma coisa para o gasto cotidiano.
Qual é sua formação intelectual?
3. Sou graduado em
Ciências Econômicas, matemática e pós-graduado em Psicopedagogia.
Você escolheu sua editora ou foi escolhido por ela?
4. Fui escolhido por ela.
A Miriam Sales apresentou-me a Pimenta Malagueta e facilitou o ingresso. Assim,
ficou fácil para a minha primeira investida no campo da edição.
Qual a sua opinião sobre o livro digital?Você faria
um?
5. Apesar de o E-book já
fazer parte da vida de todos nós, não sou adepto dessa leitura. Gosto muito do
livro físico onde sinto a presença do autor em todos os momentos. O eletrônico
dá a impressão de distância, além do mais, a intensa fixação cansa as visão.
Não faria para eu ler,
mas para quem quisesse e opta por essa ferramenta.
E a distribuição que é o calcanhar de Aquiles do
escritor,como você trata o problema?
6. Meu primeiro livro é o
que a editora Pimenta Malagueta está processando. Não tenho a menor noção de
como é o caso da distribuição. Espero que a Miriam, experiente no assunto,
dê-me o suporte necessário.
Fale da sua poesia e do seu livro.
7. Como já falei, nunca
publiquei nenhum livro. O primeiro é mais uma brincadeira, pois não sou poeta,
apenas brinco de poesia sem nenhuma
preocupação com a métrica.
Aprendi tudo certinho com a minha querida professora de Português, Wanilda
Andrade, em Santa Inês –Bahia, quando estudávamos versificação (riso).
Seu blog é por demais interessante;a internet é
importante para seu trabalho?
8. Gosto muito de
interagir com os diversos blogueiros. Acho que a internet é importante para
qualquer trabalho, tomando-se as precauções devidas.
Quais os seus planos imediatos?
9. Estou costurando
escrever um livrinho infantil e tenho vontade de voltar à faculdade para fazer
Ciências contábeis, pode? rs.
Por que o leitor deveria comprar o seu livro?
10. Bom, esse primeiro é
uma brincadeira dedicado a todas as crianças, grandes e pequenas. A criança
grande vai relembrar os seus tempos passados, a pequena vai saber como é bom
ser criança. Acho que é por aí.
Obrigada.
ESTHER ROGESSI
ENTREVISTA ESTHER ROGESSI
1-COMO
VOCÊ COMEÇOU A ESCREVER?
R- Desde a minha infância.
Lembro que aos meus seis aninhos, de idade recebi uma linda caneta, cor
vinho, presente do meu pai (afirmo ter sido um presente profético.) Eu
versejava e minha mãe desaprovava. Dizia que eu era muito criança, para
escrever sobre o amor... Não sei bem, como isso acontecia, aqueles tempos eram
austeros e, criança procedia qual criança. Não havia a Televisão, com
certos programas incentivadores à precocidade infantil.
2-TEVE
DIFICULDADES NO COMEÇO?
R- Em
verdade, jamais pensei em publicar os meus escritos. Tinha-os engavetados e
escritos à moda antiga: do próprio punho. INTERNET era coisa para jovens...
Porém, em certo momento, abençoado momento, decidi enfrentar a máquina. Só eu e
ela... Travamos uma batalha, na qual, saí vencedora. Não fiz curso algum de
informática, aprendi a me virar... Daí, descobri o site do escritor, no
Recanto das Letras, onde estou, desde 07/09/2008. Vieram outros e outros...
Aqui estou! Fácil não foi, aliás, não se alcança nada sem esforço e
perseverança. Escrever requer estudo, dedicação e humildade, para se receber e
saber lidar com críticas. Na maioria das vezes, o crítico ajuda mais que
atrapalha... Comumente, não descarto críticas... Sempre ganhei com elas.
3- QUAL A
SUA FORMAÇÃO INTELECTUAL?
R- Quis
muito fazer Letras, porém sou Teóloga. Sou Bispa Fundadora de um Ministério
Evangélico. Entendo Deus, diferente da maioria... Ordem e decência fazem parte
do Seu caráter Divino, e Liberdade em amor é Sua
premissa.
4-VOCÊ
PARTICIPA DE EVENTOS LITERÁRIOS EM TODO O PAIS.COMO VÊ O ESPAÇO PARA NOVOS
ESCRITORES?
R- O que
outrora não passava de sonho, para muitos escritores - publicar um
livro solo - tornou-se realidade, através de algumas editoras e
suas parcerias editoriais, com entidades literárias, surgidas no vasto mundo
virtual. Individualmente, ganhamos a oportunidade de sairmos do
anonimato. Podemos dizer que o mundo está na ponta dos nossos dedos. O espaço é
vasto... Porém, comparo o espaço literário, ao campo rural, neste, faz-se
necessário cavar o solo e plantar a semente, para que possamos usufruir dos
frutos, na Literatura idem! É preciso investir...
4- VOCÊ
ESCOLHEU SUA EDITORA OU FOI ESCOLHIDO POR ELA?
R- O
escritor acalenta dois sonhos para a sua realização: publicar um livro solo e
ser escolhido por uma editora (ápice do reconhecimento por sua obra). Este
segundo sonho, ainda acalanto...
R- É uma
experiência muito válida. É uma forma gigantesca de se alcançar leitores, enfim
de divulgar em massa a nossa obra.Com certeza, faria vários.
6- E A
DISTRIBUIÇÃO QUE É O CALCANHAR DE AQUILES DO ESCRITOR,COMO VC TRATA O PROBLEMA?
R- Para
esse mal, ainda não há saída satisfatória... É mais que o calcanhar de
Aquiles... É o espinho na carne dos escritores.
7- FALE DA
SUA POESIA E DE SEUS LIVROS.
R- A minha
poesia retrata o meu eu, sou feita de fases, como a lua: serena, complexa,
amorosa,cândida, caliente, mas sempre verdadeira.
A minha
poesia é como a minha oração: chego a presença do Altíssimo em
sinceridade... Como esconder-me? Por vezes, grito a Ele a minha revolta... Ele
não me fez hipócrita! Aliás, a sua Palavra diz: Mt 5:37 Seja, porém, o teu
sim, sim! E o teu não, não! O que passar disso vem do Maligno.
Os meus
livros, não diferem muito da minha forma de poetizar... Cada personagem se
mostra e se expõe, busco enchê-los de vida, como ela é. Simples assim!
8- SEU
BLOG É POR DEMAIS INTERESSANTE A INTERNET É IMPORTANTE PARA SEU TRABALHO?
R- Sem
dúvida! A resposta para esse questionamento está no item 4.
9- QUAIS
OS SEUS PLANOS IMEDIATOS?
R-
Terminar a organização do meu próximo livro intitulado CORAÇÃO BRASILEIRO. Tem
sido difícil, por o meu tempo está muito dividido. Família, Igreja, viagens,
pinturas em telas, painéis em paredes e literatura...
10- POR
QUE O LEITOR DEVERIA COMPRAR OS SEUS LIVROS?.
Bem,
sugiro que o leitor compre livros e os leia, simplesmente porque (...) LER Á
FORMA MAIS ECONÔMICA E SEGURA DE SE VIAJAR (EstherRogessi).
POETAS DE ONTEM E DE HOJE
DEREK WALCOTT
Poeta mulato das Antilhas, dramaturgo e ensaísta,prêmio Nobel de
literatura de 1992, Derek Walcott escreveu um poema destinado a permanecer
entre os mais belos e instigantes deste século.
Nasceu
em 1930, em Castries, na ilha de Santa Lucia. Formou-se na Universidade das
Índias Ocidentais, na Jamaica, e em 1957 obteve uma bolsa para estudar teatro
nos Estados Unidos. Em 1992, tornou-se o primeiro escritor caribenho a receber
o prêmio Nobel de literatura. Viveu em Londres e em Trinidad, e durante muitos
anos dividiu seu tempo entre a ilha de Santa Lucia e os Estados Unidos, onde
lecionou na Universidade de Boston até se aposentar, em 2007.
Em Omeros,
se o mar e os negros pescadores de Santa Lucia fornecem a matéria-prima, um
vasto arsenal de imagens, ritmos e texturas tropicais, são os arquétipos da Ilíadae
da Odisseia, as personagens míticas de Aquiles, Helena,
Heitor e Filoctete (além do próprio Homero, encarnado num pescador cego, de
nome Sete Mares), que definem as linhas mestras do poema.
Misto de poesia, mito, romance e roteiro de cinema, Omeros é também uma meditação sobre questões cruciais do mundo contemporâneo, como a destruição da natureza, a identidade das minorias e o desenraizamento individual e coletivo.
Das raízes mediterrâneas aos grandes autores da língua inglesa, passando pelopatois crioulo das Antilhas e os sons africanos que pulsam até hoje nas margens do Caribe, este é um canto universal, que funde de modo magnífico o encontro de raças, línguas e culturas que se deu nas praias americanas. O poeta, dramaturgo e ensaísta Derek Walcott nasceu em 1930, em Castries, na ilha de Santa Lucia. Formou-se na Universidade das Índias Ocidentais, na Jamaica, e em 1957 obteve uma bolsa para estudar teatro nos Estados Unidos. Em 1992, tornou-se o primeiro escritor caribenho a receber o prêmio Nobel de literatura. Viveu em Londres e em Trinidad, e durante muitos anos dividiu seu tempo entre a ilha de Santa Lucia e os Estados Unidos, onde lecionou na Universidade de Boston até se aposentar, em 2007.
Misto de poesia, mito, romance e roteiro de cinema, Omeros é também uma meditação sobre questões cruciais do mundo contemporâneo, como a destruição da natureza, a identidade das minorias e o desenraizamento individual e coletivo.
Das raízes mediterrâneas aos grandes autores da língua inglesa, passando pelopatois crioulo das Antilhas e os sons africanos que pulsam até hoje nas margens do Caribe, este é um canto universal, que funde de modo magnífico o encontro de raças, línguas e culturas que se deu nas praias americanas. O poeta, dramaturgo e ensaísta Derek Walcott nasceu em 1930, em Castries, na ilha de Santa Lucia. Formou-se na Universidade das Índias Ocidentais, na Jamaica, e em 1957 obteve uma bolsa para estudar teatro nos Estados Unidos. Em 1992, tornou-se o primeiro escritor caribenho a receber o prêmio Nobel de literatura. Viveu em Londres e em Trinidad, e durante muitos anos dividiu seu tempo entre a ilha de Santa Lucia e os Estados Unidos, onde lecionou na Universidade de Boston até se aposentar, em 2007.
EXCERTOS
Meu canto foi sobre o tranquilo Achille, filho
de Afolabe,
que nunca
subiu num elevador, que nunca
teve
passaporte, pois o horizonte não exige nenhum,
nunca pediu
ou tomou emprestado, não foi garçom de ninguém,
um homem
cujo fim, quando vier, será uma morte por água
(o que não
é para esse livro, que ele não conhecerá
nem haverá
de ler). Cantei o único morticínio
que lhe
trazia deleite, o dos peixes – e isso
por
necessidade; cantei os canais de suas costas ao sol.
CEZAR (DAS
LETRAS) UBALDO
Cezar
Ubaldo de Oliveira Araujo,poeta,professor,dramaturgo e articulista feirense é
um dos mais importantes nomes da literatura baiana.
Autor das
“Liberdades e Convicções do Homem” em parceria com Carlos Lima,”Poemas do Bem –
Querer e Outros Quereres”,autor de peças teatrais,escreveu para revistas como
Stitientibus ,da UEFS,e para o jornal “Relevo”,de Curitiba;participa de
inúmeras Antologias e Seletas como autor convidado.
Toda Mãe tem alma de Cristo,
tem alma de festa
e sempre a sua luz nos empresta.
Mãe sempre está presente
na presente flor-presente
de querer sempre se dar e ser
Mãe...
que é a alma da gente,
é a mão que acalenta
nossos corações ardentes...
Mãe,
Mestra e Maestra dos nossos cantares
como é bom tê-la ou lembrá-la
ficando sempre como flor
nos nossos despertares!...
Mãe.
tem alma de festa
e sempre a sua luz nos empresta.
Mãe sempre está presente
na presente flor-presente
de querer sempre se dar e ser
Mãe...
que é a alma da gente,
é a mão que acalenta
nossos corações ardentes...
Mãe,
Mestra e Maestra dos nossos cantares
como é bom tê-la ou lembrá-la
ficando sempre como flor
nos nossos despertares!...
Mãe.
PECADOS DA LÍNGUA
OXÍTONAS ,PAROXÍTONAS E
PROPAROXÍTONAS
Além de serem xingadas com esses palavrões,as palavras oxítonas,como jornal e amor têm a sílaba tônica no seu final.É a sílaba que se pronuncia mais fortemente que
as demais. Nas paroxítonas ,como casa e livro é a penúltima e nas
proparoxítonas,como fósforo e fizéssemos
é a antepenúltima.
Para não gerar confusão ,como nos tempos de antanho,foi
criado um quadro para ajudar os confusos,ou seja ,quase todos nós.
Vejamos:
Oxítonas:
1- Terminadas em a,e ou o
seguidas ou não de s,serão
acentuadas.(será,você etc)
2-Terminadas em a,e ou
o seguidas de consoante diferente de s,não
levarão acento (jornal,vender,amor)
Exceção: em,ens
(refém,reféns)
3-Terminadas em i ou u
seguidas ou não de qualquer consoante,não serão acentuadas (tupi,cajus)
Paroxítonas
1-Terminadas em a ,e
ou u seguidas ou não de s,não
terão acento (rubrica,rubricas,vende,vendes,livro,livros,livre,livre)
2- Terminadas em a,e ou o
seguidas de consoantes diferente de s,serão
acentuadas( tórax,revólver)
Exceção: am,em ,ens (amam,homem,nuvens)
3-Terminadas em i ou u seguidas ou não de qualquer
consoante serão acentuadas (táxi,difícil,ônus)
HUMORTALIZANDO
É CARNAVAL
STANISLAW PONTE PRETA
E então chegava o carnaval, registrando-se grandes comemorações ao Festival de Besteira. Em Goiânia o folião Cândido Teixeira de Lima brincava fantasiado de Papa Paulo VI e provava no salão que não é tão cândido assim, pois aproveitava o mote da marcha Máscara Negra e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.
Um padre local, por volta da meia-noite, recebeu uma denúncia e foi para o baile, exigindo da Polícia que o Papa de araque fosse preso. Em seguida, declarou: “Brincar o Carnaval já é um pecado grave. Brincar fantasiado de Papa é uma blasfêmia terrível.”
O caso morreu aí e nunca mais se soube o que era mais blasfêmia: um cidadão se fantasiar de Papa ou o piedoso sacerdote encanar o Sumo Pontífice.
E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no câmbio. Ah coisas inexplicáveis! Até hoje não se sabe por que foi durante o Carnaval que o Governo aumentou o dólar, fazendo muito rico ficar mais rico. E, porque o Ministro do Planejamento e seus cúmplices, aliás, digo, seus auxiliares, aumentaram o dólar e desvalorizaram o cruzeiro em pleno Carnaval, passaram a ser conhecidos como Acadêmicos do Cruzeiro – numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo cano.
Stanislaw Ponte Preta em Febeapá 2, Editora Sabiá.
E então chegava o carnaval, registrando-se grandes comemorações ao Festival de Besteira. Em Goiânia o folião Cândido Teixeira de Lima brincava fantasiado de Papa Paulo VI e provava no salão que não é tão cândido assim, pois aproveitava o mote da marcha Máscara Negra e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.
Um padre local, por volta da meia-noite, recebeu uma denúncia e foi para o baile, exigindo da Polícia que o Papa de araque fosse preso. Em seguida, declarou: “Brincar o Carnaval já é um pecado grave. Brincar fantasiado de Papa é uma blasfêmia terrível.”
O caso morreu aí e nunca mais se soube o que era mais blasfêmia: um cidadão se fantasiar de Papa ou o piedoso sacerdote encanar o Sumo Pontífice.
E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no câmbio. Ah coisas inexplicáveis! Até hoje não se sabe por que foi durante o Carnaval que o Governo aumentou o dólar, fazendo muito rico ficar mais rico. E, porque o Ministro do Planejamento e seus cúmplices, aliás, digo, seus auxiliares, aumentaram o dólar e desvalorizaram o cruzeiro em pleno Carnaval, passaram a ser conhecidos como Acadêmicos do Cruzeiro – numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo cano.
Stanislaw Ponte Preta em Febeapá 2, Editora Sabiá.
SEMPRE A SEU
LADO
Este espaço
é dedicado a que quer escrever um livro.
Dicas,ideias,opiniões
Jornalista
Jefferson Beltrão,Aurélio Schommer,Miriam de Sales,jornalista Raquel Cózer
(Folha de São Paulo e o escritor Miguel Sanches Neto
O escritor Miguel Sanches Neto,que
conheci na FLICA, importante festa literária em Cachoeira,Ba, em
que ambos participamos,está chegando lá,no topo.Merecidamente ,é um dos
mais festejados escritores da nova geração.
Eis os seus benéficos conselhos para o
escritor que começa:
I - Não fique mandando seus originais
para todo mundo.Acontece que você escreve para ser lido extramuros, e deseja
testar sua obra num terreno mais neutro. E não quer ficar a vida inteira
escrevendo apenas para uma pessoa. O que fazer então para não virar um chato?
No passado, eu aconselharia mandar os textos para jornais e revistas
literárias, foi o que eu fiz quando era um iniciante bem iniciante. Mas os
jovens agora têm uma arma mais democrática. Publicar na internet. Há muitos
espaços coletivos, uma liberdade de inclusão de textos novos e você ainda pode
criar seu próprio site ou blog, mas cuidado para não incomodar as pessoas,
enviando mensagens e avisos para que leiam você.
II - Publique seus textos em sites e
blogs e deixe que sigam o rumo deles. Depois de um tempo publicando
eletronicamente, você vai encontrar alguns leitores. Terá de ler os textos
deles, e dar opiniões e fazer sugestões, mas também receberá muitas dicas.
III - Leia os contemporâneos, até para
saber onde é o seu lugar. Existe um batalhão de internautas ávidos por leitura
e em alguns casos você atingirá o alvo e terá acontecido a magia de um texto
encontrar a pessoa que o justifica. Mas todo texto escrito na internet sonha um
dia virar livro. Sites e blogs são etapas, exercícios de aquecimento. Só o
livro impresso dá status autoral. O que fazer quando eu tiver mais de dois
gigas de textos literários? Está na hora de publicar um livro maior do que Em
busca do tempo perdido? Bem, é nesse momento que você pode continuar sendo um
escritor iniciante comum ou subir à categoria de iniciante com experiência.
Você terá que reduzir essas centenas e centenas de páginas a um formato
razoável, que não tome muito tempo de leitura de quem, eventualmente, se
interessar por um livro de estréia. Para isso,
você terá de ser impiedoso, esquecer os
elogios da mulher e dos amigos e selecionar seu produto, trabalhando duro para
que fique sempre melhor.
IV - Considere apenas uma pequenina
parte de toda a sua produção inicial, e invista na revisão dela, sabendo que
revisar é cortar. O livro está pronto. Não tem mais do que 200 páginas, você
dedicou anos a ele e ainda continua um iniciante. Mas um iniciante responsável,
pois não mandou logo imprimir suas obras completas com não sei quantos tomos,
logo você que talvez nem tenha completado 30 anos. Mas você quer fazer circular
a sua literatura de maneira mais formal. Quer o livro impresso. E isso é hoje
muito fácil. Você conhece um amigo que conhece uma gráfica digital que faz
pequenas tiragens e parcela em tantas vezes. O livro está pronto. E anda
sobrando um dinheirinho, é só economizar na cerveja.
V - Gaste todo seu dinheiro extra em
cerveja, viagens, restaurantes e não pague a publicação do próprio livro. Se
você fizer isso, ficará novamente ansioso para mandar a todo mundo o volume,
esperando opiniões que vão comparar o seu trabalho ao dos mestres. O livro
impresso, mesmo quando auto-impresso, dá esta sensação de poder. Somos enfim Autores.
E podemos montar frases assim: Borges e eu valorizamos o universal. Do ponto de
vista técnico, Borges e eu estamos no mesmo nível: produzimos obras impressas;
mas a comparação não vai adiante. Então como publicar o primeiro livro se não
conhecemos ninguém nas editoras? E aí começa um outro problema: procurar
pessoas bem postas em editoras e solicitar apresentações. Na maioria das vezes
isso não funciona. E, mesmo quando o livro é publicado, ele não acontece, pois
foi um movimento artificial.
VI - Nunca peça a ninguém para indicar
o seu livro a uma editora. Se por acaso um amigo conhece e gosta de seu
trabalho, ele vai fazer isso naturalmente, com alguma chance de sucesso. Tente
fazer tudo sozinho, como se não tivesse ninguém mais para ajudar você do que o
seu próprio livro. Sim, este livro em que você colocou todas as suas fichas. E
como você só pode contar com ele...
VII - Mande seu livro a todos os
concursos possíveis e a editoras bem escolhidas, pois cada uma tem seu perfil
editorial. É melhor gastar seu dinheiro com selos e fotocópias do que com a
impressão de uma obra que não será distribuída e que terá de ser enviada a quem
não a solicitou. Enquanto isso, dedique-se a atividades afins para controlar a
ansiedade, porque essas coisas de literatura demoram, demoram muito mesmo. Você
pode traduzir textos literários para consumo próprio ou para jornais e
revistas, pode fazer resenhas de obras marcantes, ler os clássicos ou
simplesmente manter um diário íntimo. O importante é se ocupar. Com sorte e tendo
o livro alguma qualidade além de ter custado tanto esforço, ele acaba
publicado. Até o meu terminou publicado, e foi quando me tornei um iniciante
adulto. Tinha um livro de ficção no catálogo de uma grande editora. E aí tive
de aprender outras coisas. Há centenas de livros de iniciantes chegando aos
jornais e revistas para resenhas e uma quantidade muito maior de títulos
consagrados. E a maioria vai ficar sem espaço nos jornais. E é natural que os
exemplares distribuídos para a imprensa acabem nos sebos, pois não há
resenhistas para tantas obras.
VIII - Não force os amigos e conhecidos
a escrever sobre seu livro. Não quer dizer que eles não possam escrever, podem
sim, mas mande o livro e, se eles não acusarem recebimento ou não comentarem
mais o assunto, esqueça e não lhes queira mal, eles são nossos amigos mesmo não
gostando do que escrevemos. Se um ou outro amigo escrever sobre o livro,
festeje mesmo se ele não entender nada ou valorizar coisas que não julgamos
relevantes em nosso trabalho. E mande umas palavras de agradecimento, pois você
teve enfim uma apreciação. E se um amigo escrever mal de nosso livro,
justamente dessa obra que nos custou tanto? Se for um desconhecido, ainda vá
lá, mas um amigo, aquele amigo para quem você fez isso e aquilo.
IX - Nunca passe recibo às críticas
negativas. Ao publicar você se torna uma pessoa pública. E deve absorver todas
as opiniões, inclusive os elogios equivocados. Deixe que as opiniões se formem
em torno de seu trabalho, e talvez a verdade suplante os equívocos,
principalmente se a verdade for que nosso trabalho não é lá essas coisas. O
livro está publicado, você já pensa no próximo, saíram algumas resenhas, umas
superficiais, outras negativas, uma muito correta. Você é então um iniciante
com um currículo mínimo. Daí você recebe a prestação de contas da editora,
dizendo que, no primeiro trimestre, as devoluções foram maiores do que as
vendas. Como isso é possível? Vejam quantos livros a editora mandou de
cortesia. Eu não posso ter vendido apenas 238 exemplares se, só no lançamento,
vendi 100, o gerente da livraria até elogiou – enfim uma vantagem de ter
família grande.
X - Evite reclamar de sua editora. Uma
editora não existe para reverenciar nosso talento a toda hora. É uma empresa
que busca o lucro, que tem dezenas de autores iguais a nós e que quer ter lucro
com nosso livro, sendo a primeira prejudicada quando ele não vende. Não
precisamos dizer que é a melhor editora do mundo só porque nos editou, mas é
bom pensar que ocorreu uma aposta conjunta e que não se alcançou o resultado
esperado. Mas que há oportunidades para outras apostas e, um dia, quem
sabe...Foi tentando seguir estas regras que consegui ser o autor iniciante que
hoje eu sou.
O QUE TEMOS
NA NOSSA ESTANTE
FRASES
ANDANÇAS
ESCRITORA MIRIAM DE SALES
Salone Internazionale de Turim,Itália/15
Lisboa,Portugal/15
João Pessoa,Paraíba/14
Fenelivro,Recife/15
GOSTARAM DO PRESENTE?