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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

RECORDAR É VIVER


                                                        O BLOG DE SETEMBRO/15


                                                                          RECORDAR É VIVER




BECO DAS PALAVRAS
EDIÇÃO  VIRTUAL JANEIRO/FEVEREIRO/2015
DIRETORA RESPONSÁVEL: MIRIAM DE SALES
COLABORADORES:
REVISTA DIGITAL,MENSAL,SEM FINS LUCRATIVOS


EDITORIAL
Desde que começamos nosso principal objetivo é divulgar a cultura brasileira e seus agentes.
Nos orgulhamos de  contribuir para melhorar a sociedade,tornando – a melhor informada,mais justa,independente,pensadora,onde tudo é normal e todo pensamento é livre.
Durante todo estes  anos e vivendo muitas batalhas,desenvolvemos boas parcerias,conhecemos muitos bons autores aos quais demos voz e vez,espaço e divulgação,já que estão sempre longe da grande imprensa que não lhes reconhece o talento.Estamos abertos a todos,a todos tentamos ajudar na realização dos seus sonhos.
Assim surgiram nomes que em muito breve tempo estarão brilhando  no cenário nacional,porque acreditam que o livro é a força motora das  transformações  sociais e o responsável pelo ser humano melhor,mais consciente e respeitador dos seus semelhantes.
Ainda no terreno dos  livros ,não podemos deixar de citar nossas Seletas ,com as quais lançamos nossos novos autores no mercado,despertamos o interesse do público pela poesia,que alguns acham maldita porque dizem que não vende  e pela nova geração de autores brasileiros ,aumentando ,deveras,nosso patrimônio cultural.
depois de tudo isto só nos faltava a revista.bem,não falta mais.nasceu ,em setembro/14, virtualmente,a revista literária “BECO DAS PALAVRAS”.Um projeto dedicado aos livros. Uma revista feita para quem adora,vive e respira literatura.Assim ,democratizamos a literatura.A cultura deve ser de todos para todos.Confiamos na sua universalidade.
Apesar de não termos sido muito divulgados os acessos ,segundo informações do site,atingiram mais de 10000 visitas. Começamos a criar asas e  ousadamente ,bancamos e publicamos a revista impressa,contando com a valiosa assessoria da EGBA,a Empresa Gráfica da Bahia,que muito nos ajudou com orientação e conselhos.Em Dezembro/14 realizamos o desejo de torná-la impressa; apenas 100 exemplares para ser distribuídos entre nossos autores,colaboradores,amigos e simpatizantes.
A partir de Abril nosso projeto se estende e nossa revista será impressa mensal ou bimensalmente a depender dos custos.Pretendemos viajar por todo universo literário dos livros aos e-books,dos romances á história,dos contos infantis á literatura fantástica,tão em voga nestes tempos cibernéticos.Enfim,não somos o docinho brigadeiro,mas,queremos agradar a todos.
Continuamos nossa versão digital e assim estaremos sempre a seu lado,amigo leitor.
Esta revista é um mimo para vocês,uma homenagem ao livro como fonte reparadora da humanidade e uma forma de refletir sobre o mundo,as ideias,sobre quem somos e o que queremos.
Miriam de Sales


LETRAS GRAÚDAS


ARTUR DE SALES
Banhado pelas águas do mar que chegavam bem perto da sua casa,um dos maiores poetas baianos,Artur de Sales,nasceu a 7 de março de 1879,no bairro do Pilar, na Cidade Baixa, filho de Severino Gonçalves de Sales e de Maria Eufrosina de Aragão Sales.
O menino,que morava perto do Cais Dourado, conviveu com estivadores,comerciantes ,gente do povo,que dançava samba  -de – roda e jogava capoeira.Esse convívio e aprendizado o  fascinou ,e ,aos treze anos começou a fazer versos.Em 1901 ,vários jornais e revistas  de Salvador publicaram seus poemas,que caíram no agrado de todos.
Em 1905  formou-se em professor pela Escola Normal da Bahia e começou a ensinar.Em 1908  foi nomeado bibliotecário da Escola Agrícola da vila de São Francisco do Conde.Participa de serões literários e recitais de poesia  que tinham lugar na casa de seu tio Martinho Gonçalves de Sales Brasil,juntamente com seu pai,Severiano onde conheceu e se enturmou com o melhor do mundo literário da época,como a poetisa Amélia  Rodrigues,a família Balthazar da Silveira e dos Mangabeiras ,de tradição inconteste nos meios baianos.
A chegada da Revolução de 30 trouxe mudanças que afetaram bastante os planos do poeta, ao fechar os Aprendizados ,deixando-o desempregado. Lutando pela sobrevivência foi ensinar no  Instituto Baiano de Ensino,cujos donos Hugo e Giraldo Balthazar da Silveira ,foram seus condiscípulos,ensinando Português,Francês e História. Em 1935 é nomeado para o mesmo cargo de professor adjunto para o Aprendizado de Quissamã,em Sergipe.È desta época a tradução de Macbeth,de Shekaspeare,única tradução de versos rimados da Língua Portuguesa,publicado pela Editora Jackson e,também,quando Monteiro Lobato o convida para publicar  uma pequena seleção de seus versos, mas,o poeta não aceitou,pois,queria uma coletânea mais abrangente e que melhor representasse sua obra.
Essa parece ser uma   época  florescente para Artur de Sales,que,ainda neste período escreveu “Ocaso No Mar”, um soneto perfeito, que o renomado crítico Agripino Grieco,em conferência no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia disse que “se toda poética nacional se perdesse num naufrágio,e só restasse esse poema,o crítico da História,lendo-o,exclamaria:-Aqui viveu um grande povo.”
No seu primeiro livro “Poesias”, está o poema “Lúcia”,muito apreciado pela crítica ,que o considerava o maior poeta da Bahia, depois de Castro Alves.
Cláudio Veiga ,em seu livro “Sete tons de uma poesia maior”-Uma Leitura de Artur de Salles,conta que,depois de aposentado,o poeta recebeu uma modesta sinecura do seu amigo Otávio Mangabeira,também ,membro da Academia de Letras da Bahia,e,então,governador da Bahia, que muito o ajudou na sua velhice.
Artur de Sales  participou  ativamente da vida da sua cidade,sendo membro da Nova Cruzada,frequentava as  reuniões da ALA (Ala das Letras e Artes),aproximou-se dos jovens promotores de “Arco & Flexa” e era filiado á Associação Brasileira de Escritores,cuja presidência ocupou,quando em  1948  se realizou em Salvador o congresso nacional da entidade.
Foi um dos fundadores da Academia Baiana de Letras (,onde ocupava a cadeira nº 3),ao lado de Rui Barbosa,Otávio Mangabeira,Borges dos Reis,Afrânio Peixoto,Miguel Calmon,Aluísio de Carvalho (Lulu Parola)Teodoro Sampaio,Oscar Freire,Carneiro Ribeiro,J.J.Seabra,Pirajá da Silva,Arlindo Fragoso,os Castro Rabelo e Muniz Sodré.
Em 1947 ministrou a aula inaugural na Faculdade de Filosofia da Universidade da Bahia de um curso sobre Castro Alves.
Ao ser questionado por parar sua produção literária  em 1951,explicou:
-Desde 1930,pelos motivos que todos conhecem e pelo infortúnio,me afastei das atividades literárias.Antes pensava como D’Annunzio: -“Criar com alegria”.Hoje,depois de muito pensar,digo como Goethe:-“Da tua dor faze um poema”.E eu ainda não comecei o poema da minha dor.


Nota da Autora:
Tive a sorte de conhecer Artur de Sales,embora ainda muito criança.Primo carnal do meu avô Vicente Sales,frequentava muito a casa dos meus avós  maternos.Lembro-me da sua abundante e branca  cabeleira de poeta, do seu ar humilde,e de suas viagens de bonde,onde quase nunca saltava na paragem certa,mergulhado nos livros que tanto amou.Tinha que saltar na Boa Viagem e acabava indo parar na Ribeira,numa excelsa comunhão com as suas leituras.
Junto com  Pétion de Vilar escreveu o Hino ao Senhor do Bonfim,que Caetano Veloso  apresentou para o mundo.
Seu poema,Ocaso no Mar,uma das mais belas páginas da poesia brasileira:

Ocaso no Mar

O céu a valva azul de uma concha semelha

De que outra valva é o mar ouriçado de escamas.

No ponto de junção, o sol - molusco em chamas -

Do bisso espalha no ar a incendida centelha.

Listões de intenso anil, raias de cor vermelha,

Grandes manchas de opala, arabescos e lhamas,

Da luz todos os tons, da cor todas as gamas

Vibram na valva azul que a valva verde espelha.

Mas todo este fulgor esmaece e se apaga.

Tímido, o olhar do sol  bóia de vaga em vaga,

Porque uma sombra investe a sua concha enorme.

É a noite: como um polvo, insidiosa, se eleva.

Desenrola os seus mil tentáculos de treva:

E o sol, vendo-a crescer, fecha as valvas e dorme.


NA BERLINDA

ANTONIO ROBERTO SILVA
Como você começou a escrever?

1 Desde cedo. Gostava de ler as crônicas da Rachel de Queiroz, do Heitor Cony, dentre outros, da revista O Cruzeiro e admirava a maneira como eles escreviam. Daí os imitava em pequenos trechos literários. Nunca tive problema com redação nos tempos escolares.
Teve dificuldades no começo?
2 Sim. Em qualquer situação da vida o começo é sempre duro, mas não sou escritor, apenas escrevo alguma coisa para o gasto cotidiano.
Qual é sua formação intelectual?
3. Sou graduado em Ciências Econômicas, matemática e pós-graduado em Psicopedagogia.
Você escolheu sua editora ou foi escolhido  por ela?
4. Fui escolhido por ela. A Miriam Sales apresentou-me a Pimenta Malagueta e facilitou o ingresso. Assim, ficou fácil para a minha primeira investida no campo da edição.
Qual a sua opinião sobre o livro digital?Você faria um?
5. Apesar de o E-book já fazer parte da vida de todos nós, não sou adepto dessa leitura. Gosto muito do livro físico onde sinto a presença do autor em todos os momentos. O eletrônico dá a impressão de distância, além do mais, a intensa fixação cansa as visão.
Não faria para eu ler, mas para quem quisesse e opta por essa ferramenta.
E a distribuição que é o calcanhar de Aquiles do escritor,como você trata o problema?
6. Meu primeiro livro é o que a editora Pimenta Malagueta está processando. Não tenho a menor noção de como é o caso da distribuição. Espero que a Miriam, experiente no assunto, dê-me o suporte necessário.
Fale da sua poesia e do seu livro.
7. Como já falei, nunca publiquei nenhum livro. O primeiro é mais uma brincadeira, pois não sou poeta, apenas brinco de poesia sem nenhuma   preocupação  com a métrica. Aprendi tudo certinho com a minha querida professora de Português, Wanilda Andrade, em Santa Inês –Bahia, quando estudávamos versificação (riso).
Seu blog é por demais interessante;a internet é importante para seu trabalho?
8. Gosto muito de interagir com os diversos blogueiros. Acho que a internet é importante para qualquer trabalho, tomando-se as precauções devidas.
Quais os seus planos imediatos?
9. Estou costurando escrever um livrinho infantil e tenho vontade de voltar à faculdade para fazer Ciências contábeis, pode? rs.
Por que o leitor deveria comprar o seu livro?
10. Bom, esse primeiro é uma brincadeira dedicado a todas as crianças, grandes e pequenas. A criança grande vai relembrar os seus tempos passados, a pequena vai saber como é bom ser criança. Acho que é por aí.
Obrigada.




ESTHER ROGESSI

ENTREVISTA  ESTHER ROGESSI

1-COMO VOCÊ COMEÇOU A ESCREVER?
R- Desde a minha infância. Lembro que  aos meus seis aninhos, de idade recebi uma linda caneta, cor vinho, presente do meu pai (afirmo ter sido um presente profético.) Eu versejava e minha mãe desaprovava. Dizia que eu era muito criança, para escrever sobre o amor... Não sei bem, como isso acontecia, aqueles tempos eram austeros  e, criança procedia qual criança. Não havia a Televisão, com certos programas incentivadores à precocidade infantil. 

2-TEVE DIFICULDADES NO COMEÇO?
R- Em verdade, jamais pensei em publicar os meus escritos. Tinha-os engavetados e escritos à moda antiga: do próprio punho. INTERNET era coisa para jovens... Porém, em certo momento, abençoado momento, decidi enfrentar a máquina. Só eu e ela... Travamos uma batalha, na qual, saí vencedora. Não fiz curso algum de informática, aprendi a me virar... Daí, descobri o site do  escritor, no Recanto das Letras, onde estou, desde 07/09/2008. Vieram outros e outros... Aqui estou! Fácil não foi, aliás, não se alcança nada sem esforço e perseverança. Escrever requer estudo, dedicação e humildade, para se receber e saber lidar com críticas. Na maioria das vezes, o crítico ajuda mais que atrapalha... Comumente,  não descarto críticas... Sempre ganhei com elas.


3- QUAL A SUA FORMAÇÃO INTELECTUAL?


R- Quis muito fazer Letras, porém sou Teóloga. Sou Bispa Fundadora de um Ministério Evangélico. Entendo Deus, diferente da maioria... Ordem e decência fazem parte do Seu caráter Divino, e Liberdade em amor é  Sua premissa.


4-VOCÊ PARTICIPA DE EVENTOS LITERÁRIOS EM TODO O PAIS.COMO VÊ O ESPAÇO PARA NOVOS ESCRITORES?
R- O que outrora não passava de sonho, para muitos escritores - publicar um livro solo - tornou-se realidade, através de algumas editoras  e suas parcerias editoriais, com entidades literárias, surgidas no vasto mundo virtual. Individualmente, ganhamos  a oportunidade de sairmos do anonimato. Podemos dizer que o mundo está na ponta dos nossos dedos. O espaço é vasto... Porém, comparo o espaço literário, ao campo rural, neste, faz-se necessário cavar o solo e plantar a semente, para que possamos usufruir dos frutos, na Literatura idem! É preciso investir... 
4- VOCÊ ESCOLHEU SUA EDITORA OU FOI ESCOLHIDO POR ELA?
R- O escritor acalenta dois sonhos para a sua realização: publicar um livro solo e ser escolhido por uma editora (ápice do reconhecimento por sua obra). Este segundo sonho, ainda acalanto...

5- QUAL A SUA OPINIÃO SOBRE O LIVRO DIGITAL.VC FARIA UM?
R- É uma experiência muito válida. É uma forma gigantesca de se alcançar leitores, enfim de divulgar em massa a nossa obra.Com certeza, faria vários.

6- E A DISTRIBUIÇÃO QUE É O CALCANHAR DE AQUILES DO ESCRITOR,COMO VC TRATA O PROBLEMA?
R- Para esse mal, ainda não há saída satisfatória... É mais que o calcanhar de Aquiles... É o espinho na carne dos escritores.
7- FALE DA SUA POESIA E DE SEUS LIVROS.
R- A minha poesia retrata o meu eu, sou feita de fases, como a lua: serena, complexa, amorosa,cândida, caliente, mas sempre verdadeira.
A minha poesia é como a minha  oração: chego a presença do Altíssimo em sinceridade... Como esconder-me? Por vezes, grito a Ele a minha revolta... Ele não me fez hipócrita! Aliás, a sua Palavra diz: Mt 5:37 Seja, porém, o teu sim, sim! E o teu não, não! O que passar disso vem do Maligno.

Os meus livros, não diferem muito da minha forma de poetizar... Cada personagem se mostra e se expõe, busco enchê-los de vida, como ela é. Simples assim!

8- SEU BLOG É POR DEMAIS INTERESSANTE A INTERNET É IMPORTANTE PARA SEU TRABALHO?
R- Sem dúvida! A resposta para esse questionamento está no item 4.
9- QUAIS OS SEUS PLANOS IMEDIATOS?
R- Terminar a organização do meu próximo livro intitulado CORAÇÃO BRASILEIRO. Tem sido difícil, por o meu tempo está muito dividido. Família, Igreja, viagens, pinturas em telas, painéis em paredes e literatura... 

10- POR QUE O LEITOR DEVERIA COMPRAR OS SEUS LIVROS?.
Bem, sugiro que o leitor compre livros e os leia, simplesmente porque (...) LER Á FORMA MAIS ECONÔMICA E SEGURA DE SE VIAJAR (EstherRogessi).





POETAS DE ONTEM E DE HOJE
               DEREK WALCOTT

Poeta mulato das Antilhas,  dramaturgo e ensaísta,prêmio Nobel de literatura de 1992, Derek Walcott escreveu um poema destinado a permanecer entre os mais belos e instigantes deste século.
Nasceu em 1930, em Castries, na ilha de Santa Lucia. Formou-se na Universidade das Índias Ocidentais, na Jamaica, e em 1957 obteve uma bolsa para estudar teatro nos Estados Unidos. Em 1992, tornou-se o primeiro escritor caribenho a receber o prêmio Nobel de literatura. Viveu em Londres e em Trinidad, e durante muitos anos dividiu seu tempo entre a ilha de Santa Lucia e os Estados Unidos, onde lecionou na Universidade de Boston até se aposentar, em 2007.
Em Omeros, se o mar e os negros pescadores de Santa Lucia fornecem a matéria-prima, um vasto arsenal de imagens, ritmos e texturas tropicais, são os arquétipos da Ilíadae da Odisseia, as personagens míticas de Aquiles, Helena, Heitor e Filoctete (além do próprio Homero, encarnado num pescador cego, de nome Sete Mares), que definem as linhas mestras do poema.
Misto de poesia, mito, romance e roteiro de cinema, Omeros é também uma meditação sobre questões cruciais do mundo contemporâneo, como a destruição da natureza, a identidade das minorias e o desenraizamento individual e coletivo.
Das raízes mediterrâneas aos grandes autores da língua inglesa, passando pelopatois crioulo das Antilhas e os sons africanos que pulsam até hoje nas margens do Caribe, este é um canto universal, que funde de modo magnífico o encontro de raças, línguas e culturas que se deu nas praias americanas.
O poeta, dramaturgo e ensaísta Derek Walcott nasceu em 1930, em Castries, na ilha de Santa Lucia. Formou-se na Universidade das Índias Ocidentais, na Jamaica, e em 1957 obteve uma bolsa para estudar teatro nos Estados Unidos. Em 1992, tornou-se o primeiro escritor caribenho a receber o prêmio Nobel de literatura. Viveu em Londres e em Trinidad, e durante muitos anos dividiu seu tempo entre a ilha de Santa Lucia e os Estados Unidos, onde lecionou na Universidade de Boston até se aposentar, em 2007.
                                        EXCERTOS

Meu canto foi sobre o tranquilo Achille, filho de Afolabe,
que nunca subiu num elevador, que nunca
teve passaporte, pois o horizonte não exige nenhum,

nunca pediu ou tomou emprestado, não foi garçom de ninguém,
um homem cujo fim, quando vier, será uma morte por água
(o que não é para esse livro, que ele não conhecerá

nem haverá de ler). Cantei o único morticínio
que lhe trazia deleite, o dos peixes – e isso
por necessidade; cantei os canais de suas costas ao sol.


                                 CEZAR (DAS LETRAS) UBALDO
                                                 


Cezar Ubaldo de Oliveira Araujo,poeta,professor,dramaturgo e articulista feirense é um dos mais importantes nomes da literatura baiana.
Autor das “Liberdades e Convicções do Homem” em parceria com Carlos Lima,”Poemas do Bem – Querer e Outros Quereres”,autor de peças teatrais,escreveu para revistas como Stitientibus ,da UEFS,e para o jornal “Relevo”,de Curitiba;participa de inúmeras Antologias e Seletas como autor convidado.


Toda Mãe tem alma de Cristo,
tem alma de festa
e sempre a sua luz nos empresta.
Mãe sempre está presente
na presente flor-presente
de querer sempre se dar e ser
Mãe...
que é a alma da gente,
é a mão que acalenta
nossos corações ardentes...
Mãe,
Mestra e Maestra dos nossos cantares
como é bom tê-la ou lembrá-la
ficando sempre como flor
nos nossos despertares!...
Mãe.



PECADOS DA LÍNGUA

OXÍTONAS ,PAROXÍTONAS E PROPAROXÍTONAS
Além de serem xingadas com esses palavrões,as palavras  oxítonas,como jornal e amor  têm a sílaba tônica no seu final.É a  sílaba que se pronuncia mais fortemente que as demais. Nas paroxítonas ,como casa e livro é a penúltima e nas proparoxítonas,como fósforo e fizéssemos  é a antepenúltima.
Para não gerar confusão ,como nos tempos de antanho,foi criado um quadro para ajudar os confusos,ou seja ,quase todos nós.
Vejamos:
Oxítonas:
1-    Terminadas em a,e ou o seguidas ou não de s,serão acentuadas.(será,você etc)
2-Terminadas em a,e ou o seguidas de consoante diferente de s,não levarão acento (jornal,vender,amor)
Exceção: em,ens (refém,reféns)

3-Terminadas em i ou u seguidas ou não de qualquer consoante,não serão acentuadas (tupi,cajus)

Paroxítonas
1-Terminadas em a ,e ou u seguidas ou não de s,não terão acento (rubrica,rubricas,vende,vendes,livro,livros,livre,livre)
2-   Terminadas em a,e ou o seguidas de consoantes diferente de s,serão acentuadas( tórax,revólver)
Exceção: am,em ,ens (amam,homem,nuvens)
3-Terminadas em i ou u seguidas ou não de qualquer consoante serão acentuadas (táxi,difícil,ônus)
HUMORTALIZANDO






                    É CARNAVAL
STANISLAW PONTE PRETA

E então chegava o carnaval, registrando-se grandes comemorações ao Festival de Besteira. Em Goiânia o folião Cândido Teixeira de Lima brincava fantasiado de Papa Paulo VI e provava no salão que não é tão cândido assim, pois aproveitava o mote da marcha Máscara Negra e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.

Um padre local, por volta da meia-noite, recebeu uma denúncia e foi para o baile, exigindo da Polícia que o Papa de araque fosse preso. Em seguida, declarou: “Brincar o Carnaval já é um pecado grave. Brincar fantasiado de Papa é uma blasfêmia terrível.”

O caso morreu aí e nunca mais se soube o que era mais blasfêmia: um cidadão se fantasiar de Papa ou o piedoso sacerdote encanar o Sumo Pontífice.

E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no câmbio. Ah coisas inexplicáveis! Até hoje não se sabe por que foi durante o Carnaval que o Governo aumentou o dólar, fazendo muito rico ficar mais rico. E, porque o Ministro do Planejamento e seus cúmplices, aliás, digo, seus auxiliares, aumentaram o dólar e desvalorizaram o cruzeiro em pleno Carnaval, passaram a ser conhecidos como Acadêmicos do Cruzeiro – numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo cano.

Stanislaw Ponte Preta em Febeapá 2, Editora Sabiá.


SEMPRE A SEU LADO


Este espaço é  dedicado a  que quer escrever um livro.
Dicas,ideias,opiniões
Jornalista Jefferson Beltrão,Aurélio Schommer,Miriam de Sales,jornalista Raquel Cózer (Folha de São Paulo e o escritor Miguel Sanches Neto
O escritor Miguel Sanches Neto,que conheci na FLICA, importante  festa literária em Cachoeira,Ba, em  que ambos participamos,está chegando lá,no topo.Merecidamente ,é um dos mais festejados escritores da nova geração.
Eis os seus benéficos conselhos para o escritor que começa:

I - Não fique mandando seus originais para todo mundo.Acontece que você escreve para ser lido extramuros, e deseja testar sua obra num terreno mais neutro. E não quer ficar a vida inteira escrevendo apenas para uma pessoa. O que fazer então para não virar um chato? No passado, eu aconselharia mandar os textos para jornais e revistas literárias, foi o que eu fiz quando era um iniciante bem iniciante. Mas os jovens agora têm uma arma mais democrática. Publicar na internet. Há muitos espaços coletivos, uma liberdade de inclusão de textos novos e você ainda pode criar seu próprio site ou blog, mas cuidado para não incomodar as pessoas, enviando mensagens e avisos para que leiam você.

II - Publique seus textos em sites e blogs e deixe que sigam o rumo deles. Depois de um tempo publicando eletronicamente, você vai encontrar alguns leitores. Terá de ler os textos deles, e dar opiniões e fazer sugestões, mas também receberá muitas dicas.

III - Leia os contemporâneos, até para saber onde é o seu lugar. Existe um batalhão de internautas ávidos por leitura e em alguns casos você atingirá o alvo e terá acontecido a magia de um texto encontrar a pessoa que o justifica. Mas todo texto escrito na internet sonha um dia virar livro. Sites e blogs são etapas, exercícios de aquecimento. Só o livro impresso dá status autoral. O que fazer quando eu tiver mais de dois gigas de textos literários? Está na hora de publicar um livro maior do que Em busca do tempo perdido? Bem, é nesse momento que você pode continuar sendo um escritor iniciante comum ou subir à categoria de iniciante com experiência. Você terá que reduzir essas centenas e centenas de páginas a um formato razoável, que não tome muito tempo de leitura de quem, eventualmente, se interessar por um livro de estréia. Para isso,
você terá de ser impiedoso, esquecer os elogios da mulher e dos amigos e selecionar seu produto, trabalhando duro para que fique sempre melhor.

IV - Considere apenas uma pequenina parte de toda a sua produção inicial, e invista na revisão dela, sabendo que revisar é cortar. O livro está pronto. Não tem mais do que 200 páginas, você dedicou anos a ele e ainda continua um iniciante. Mas um iniciante responsável, pois não mandou logo imprimir suas obras completas com não sei quantos tomos, logo você que talvez nem tenha completado 30 anos. Mas você quer fazer circular a sua literatura de maneira mais formal. Quer o livro impresso. E isso é hoje muito fácil. Você conhece um amigo que conhece uma gráfica digital que faz pequenas tiragens e parcela em tantas vezes. O livro está pronto. E anda sobrando um dinheirinho, é só economizar na cerveja.

V - Gaste todo seu dinheiro extra em cerveja, viagens, restaurantes e não pague a publicação do próprio livro. Se você fizer isso, ficará novamente ansioso para mandar a todo mundo o volume, esperando opiniões que vão comparar o seu trabalho ao dos mestres. O livro impresso, mesmo quando auto-impresso, dá esta sensação de poder. Somos enfim Autores. E podemos montar frases assim: Borges e eu valorizamos o universal. Do ponto de vista técnico, Borges e eu estamos no mesmo nível: produzimos obras impressas; mas a comparação não vai adiante. Então como publicar o primeiro livro se não conhecemos ninguém nas editoras? E aí começa um outro problema: procurar pessoas bem postas em editoras e solicitar apresentações. Na maioria das vezes isso não funciona. E, mesmo quando o livro é publicado, ele não acontece, pois foi um movimento artificial.

VI - Nunca peça a ninguém para indicar o seu livro a uma editora. Se por acaso um amigo conhece e gosta de seu trabalho, ele vai fazer isso naturalmente, com alguma chance de sucesso. Tente fazer tudo sozinho, como se não tivesse ninguém mais para ajudar você do que o seu próprio livro. Sim, este livro em que você colocou todas as suas fichas. E como você só pode contar com ele...

VII - Mande seu livro a todos os concursos possíveis e a editoras bem escolhidas, pois cada uma tem seu perfil editorial. É melhor gastar seu dinheiro com selos e fotocópias do que com a impressão de uma obra que não será distribuída e que terá de ser enviada a quem não a solicitou. Enquanto isso, dedique-se a atividades afins para controlar a ansiedade, porque essas coisas de literatura demoram, demoram muito mesmo. Você pode traduzir textos literários para consumo próprio ou para jornais e revistas, pode fazer resenhas de obras marcantes, ler os clássicos ou simplesmente manter um diário íntimo. O importante é se ocupar. Com sorte e tendo o livro alguma qualidade além de ter custado tanto esforço, ele acaba publicado. Até o meu terminou publicado, e foi quando me tornei um iniciante adulto. Tinha um livro de ficção no catálogo de uma grande editora. E aí tive de aprender outras coisas. Há centenas de livros de iniciantes chegando aos jornais e revistas para resenhas e uma quantidade muito maior de títulos consagrados. E a maioria vai ficar sem espaço nos jornais. E é natural que os exemplares distribuídos para a imprensa acabem nos sebos, pois não há resenhistas para tantas obras.

VIII - Não force os amigos e conhecidos a escrever sobre seu livro. Não quer dizer que eles não possam escrever, podem sim, mas mande o livro e, se eles não acusarem recebimento ou não comentarem mais o assunto, esqueça e não lhes queira mal, eles são nossos amigos mesmo não gostando do que escrevemos. Se um ou outro amigo escrever sobre o livro, festeje mesmo se ele não entender nada ou valorizar coisas que não julgamos relevantes em nosso trabalho. E mande umas palavras de agradecimento, pois você teve enfim uma apreciação. E se um amigo escrever mal de nosso livro, justamente dessa obra que nos custou tanto? Se for um desconhecido, ainda vá lá, mas um amigo, aquele amigo para quem você fez isso e aquilo.

IX - Nunca passe recibo às críticas negativas. Ao publicar você se torna uma pessoa pública. E deve absorver todas as opiniões, inclusive os elogios equivocados. Deixe que as opiniões se formem em torno de seu trabalho, e talvez a verdade suplante os equívocos, principalmente se a verdade for que nosso trabalho não é lá essas coisas. O livro está publicado, você já pensa no próximo, saíram algumas resenhas, umas superficiais, outras negativas, uma muito correta. Você é então um iniciante com um currículo mínimo. Daí você recebe a prestação de contas da editora, dizendo que, no primeiro trimestre, as devoluções foram maiores do que as vendas. Como isso é possível? Vejam quantos livros a editora mandou de cortesia. Eu não posso ter vendido apenas 238 exemplares se, só no lançamento, vendi 100, o gerente da livraria até elogiou – enfim uma vantagem de ter família grande.

X - Evite reclamar de sua editora. Uma editora não existe para reverenciar nosso talento a toda hora. É uma empresa que busca o lucro, que tem dezenas de autores iguais a nós e que quer ter lucro com nosso livro, sendo a primeira prejudicada quando ele não vende. Não precisamos dizer que é a melhor editora do mundo só porque nos editou, mas é bom pensar que ocorreu uma aposta conjunta e que não se alcançou o resultado esperado. Mas que há oportunidades para outras apostas e, um dia, quem sabe...Foi tentando seguir estas regras que consegui ser o autor iniciante que hoje eu sou.




O QUE TEMOS NA NOSSA ESTANTE





FRASES





ANDANÇAS

ESCRITORA MIRIAM DE SALES 

Salone  Internazionale de Turim,Itália/15



Lisboa,Portugal/15
João Pessoa,Paraíba/14


Fenelivro,Recife/15



GOSTARAM DO PRESENTE?














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