O BLOG DE ABRIL/13
BEM VINDOS!
A
ERA DOS DESCOBRIMENTOS
NAQUELES
tempos
em que o Brasil nem era Brasil,aqui moravam os índios ,que andavam nus pelas
florestas ,em total liberdade, viviam da caça e da pesca e guerreavam uns aos
outros.
Mas,na Velha Europa a
conversa era outra; gente civilizada,douta,educada,bem vestida,morando em
palácios e sempre á busca de novos
conhecimentos e aberta ás aventuras.Como os portugueses,desbravadores dos
mares,que,nos seus navios, cortavam o mundo.
A lenda da Ilha Brasil ou Ilha do Brazil, Ilha de São Brandão ou HY
Brazil, também chamada Ilhas Afortunadas,vai longe e ocupou a imaginação de
muita gente boa. Muito antes de Cabral,ou seja,desde os fenícios se falava
nesta terra mística e desconhecida,cheia de riquezas á espera de quem as
quisesse buscar.Muitos povos visitaram esta terra,como os fenícios,gregos e
celtas que comerciavam o pau – brasil,segundo a lenda,daí o nome do país Hy
Breasil,que significa “descendente dos vermelhos”,devido ao fato de alguns
desses povos fenícios nunca mais voltarem á sua terra natal,vivendo muito
felizes nestas terras do Brasil.Essa lenda,jamais provada,legou á terra
brasileira uma ideia de riqueza e prosperidade,um paraíso terrestre que atiçava
a imaginação dos europeus.
Nos tempos,ditos,modernos,os
primeiros europeus a visitarem a costa brasileira foram os espanhóis comandados por Vicente
Pinzón. Mas,coube aos portugueses a glória
da conquista da terra desconhecida e trazê-la á civilização dos brancos.
AFINAL,
QUEM DESCOBRIU O BRASIL?
A glória do
descobrimento ficou para quem chegou,viu e ficou.Passar por aqui ,muitos
passaram ,porém,deitar raízes,tomar posse da terra,cravar sua bandeira neste
solo,só os portugueses fizeram.
Coube esse feito a um
fidalgo de segundo escalão,chamado Pedro Álvares de Gouveia, ( como não era
morgado,só pode usar o sobrenome do pai, quando morreu seu irmão mais
velho) segundo filho de uma nobre família de província,descendentes ,segundo a
lenda,de Carano, lendário primeiro rei
da Macedônia, que ,por sua vez,era,descendente do semi – deus grego,Hércules. Mitos á
parte,o certo é que,talvez,Cabral descendesse dos Cabreiras, um clã castelhano
que possui um brasão similar ao deles.Fundo prata com duas cabras roxas que
significa fidelidade . A família ganhou fama e fortuna no sec XIV,pois,o trisavô de Cabral, Álvaro
Gil Cabral foi um dos poucos nobres a
ficar ao lado do rei D. João I contra o rei de Castela. Por conta disto ganhou o feudo hereditário de Belmonte. Cabral,pelo
lado paterno, nascido por volta de 1455, natural de Santarém, era filho de Fernão
Cabral e D. Isabel de Gouveia.Seu avô teve um cargo de confiança junto ao Infante D. Henrique,grande
incentivador e financiador das navegações portuguesas.
Numa terra de grandes
navegadores e conquistadores – Fernão de Magalhães,Vasco da Gama,Bartolomeu
Dias –Cabral foi escolhido mais por suas qualidades pessoais e porque já tinha
feito uma expedição á Índia,com sucesso.Dizem que era bom guerreiro.
No entanto,se não teve
a má sorte de Colombo,que aguentou prisão e maus tratos e morreu pobre e
esquecido em Valadolid, também,não obteve nenhuma consagração ,nem mereceu,ao
menos,versos de Camões.Tudo isso devido a desavenças com o rei D. Manoel I.
Fala-se que o rei ficou muito irritado com as brigas e picuinhas envolvendo
partidários de Vasco da Gama e a facção que apoiava Cabral.O comando foi dado a
Vasco da Gama ,sobrinho materno de Vicente
Sodré,,apesar de durante oito meses,.Cabral ter se dedicado a preparar a
expedição e de ser um navegador extremamente competente;além de dar de presente
á Corte portuguesa,o Brasil.
Mas,Cabral,apesar de
banido da corte ,fez um casamento precioso com D. Isabel de Castro,uma nobre muito rica e
descendente de D. Fernando I.A mãe dela era irmã de Afonso de Albuquerque,um
dos mais respeitados líderes portugueses.
Morreu em Santarém,em
1518,foi sepultado na sacristia do Convento
da Graça,na capela do Senhor da Vida,numa sepultura rasa, cuja
lápide,simples trazia uma inscrição de leitura difícil,sem nenhuma alusão aos
feitos do fidalgo que lá repousava.
O homem que deu a
Portugal, essas terras afortunadas,ficou esquecido durante mais de quatro
séculos,até ser encontrado,por acaso,por um brasileiro,o Visconde de Porto
Seguro.
CABRAL
E A DESCOBERTA, FOI ACASO OU INTENCIONAL?
Essa é uma discussão
antiga que dá muito pano para mangas.Hoje,é quase certa a hipótese de que os
portugueses já sabiam da existência de terras a oeste,á beira do Atlântico Sul.
Famosos historiadores
apoiavam a tese do acaso:Fernão Lopes de
Castanheda,João de Barros,Damião de Góis,Frei Vicente do Salvador e Rocha Pita.
Já Varnhagen, Pedro
Calmon,Capistrano de Abreu – entre outros –apostavam na intencionalidade.
Moedas romanas foram
encontradas na Venezuela o que prova a visita de antiquíssimas naus a essas
paragens;os fenícios aqui estiveram,os normandos,também, que chegaram a
construir um assentamento antes do final
do sec.XV ; e até o faraó do Egito, Necáu,teria feito uma viagem de
circunavegação e por aqui passara.
Em 1498,é possível,que,
o navegador português Duarte Pacheco Pereira,tenha visitado a costa
brasileira,porém,o mais certo é que ele deu com os costados na América do
Norte.
Nada ,porém,empana a
grandiosidade dos feitos de Cabral.O único país sul americano que fala
português,a hoje 4ª maior potencia do planeta,foi obra das suas viagens
marítimas.
Cabral só teve um
azar,além da desavença com D. Manoel I;não teve como amigo um poeta do porte de
Camões,que cantou os feitos de Vasco da Gama.É isso ai,amigos,desde aquelas
priscas eras,propaganda é tudo.
*
A PARTIDA
A s portas abertas por
Vasco da Gama,no Oriente,estimulou o rei D. Manoel a aprestar uma armada
luxuosa e eficiente ,capaz de inspirar respeito
e mostrar ao mundo a grandeza do Império Português.
Esta armada,composta de
10 naus e 3 caravelas e 2500 homens,foi confiada ao nobre
fidalgo Pedro Álvares Cabral. Entre o pensar e o fazer a coisa andou
rápida,e,em Março,exatamente no segundo domingo deste mês,a frota,toda equipada
e pronta para navegar estava fundeada na
praia do Restelo,em Belém.
Os navios São Gabriel,já testado na Índia por Vasco da
Gama e reformada para essa expedição,Anunciada, comandada por Vasco Leitão da
Cunha ,S. Pedro,comandada por Pero de Ataíde, e El –Rei, a nau sota –
capitania,comandada por Sancho de Tovar,vice – comandante da armada, entre
outros eram pilotados por pessoas experientes em viagens de longo curso,entre
eles,Bartolomeu Dias,(o descobridor do Cabo das Tormentas, re- batizado como
Cabo da Boa Esperança),Diogo Dias e Nicolau Coelho
Nesse dia,houve missa
na ermida de Belém,onde mais tarde seria erguido o suntuoso Mosteiro dos Jerônimos,
para assegurar as bênçãos celestiais aos denodados marinheiros.
O rei chamou Cabral á
tribuna de honra de onde o Bispo de Ceuta pregou exaltando os membros da
expedição.
Descendo o prelado do
púlpito e bento o chapéu que o papa enviara a Cabral,o rei o colocou na sua
cabeça e entregou-lhe o estandarte da Ordem de Cristo,que estivera no altar.
A procissão partiu rumo
a praia.As cruzes levantadas,as relíquias sagradas,as bandeiras ao vento,tanta
fé e tanta beleza comoviam a todos;alguns rudes marinheiros,choravam.O cronista
da época,João de Barro,testemunha ocular da história,escreveu:”não parecia
mar,mas,um campo de flores com a flor de aquela mancebia juvenil que
embarcava.”
Por toda parte soavam
trombetas,flautas,pandeiros,guitarras...E, a despedida fez-se entre risos e
lágrimas.
No Restelo,após o beija
– mão,a tropa partiria rumo ás Indias.
No Tejo,fervilhavam
embarcações ,levando e trazendo gente rumo ás naus.
Soprando o vento a
favor,dia 9 de março,as naus levantaram ferros.
Saída do porto ,a
armada tomou o caminho do cabo do
Espichel e,aos poucos,desaparecia no mar infinito.
No dia 14,durante a
manhã,chegou ás Ilhas Canárias;domingo foi vista em Cabo Verde;no dia 15,a
primeira baixa.Desapareceu a nau comandada por Vasco de Ataíde.
E, ai,aconteceu o
improvável;em vez de tomar o rumo do Oriente,os navios seguiram para o
Ocidente.Afastando-se cada vez mais para Oeste,os navios deram com os costados
em Porto Seguro,na Bahia,que ainda não era ,nem Bahia,nem Porto Seguro.
Porque navegadores tão
experientes se desorientaram assim? Mistérios...Dizem que ventos fortes
arrastaram os navios para a América.Mas,a mentira tem pernas curtas e logo um
documento importante como a carta de Pero Vaz da Caminha,escrivão da
Corte,notificou ao rei, já em terras que seriam brasileiras que “nãohavia tempo
forte ,nem contrário”.
Outros dizem que,em
busca de aventuras ,Cabral mudou a rota
e se meteu em mar largo,mas,isso seria impossível num homem
responsável,obediente e fidalgo honrado.
O mais certo é
que,secretamente,Cabral tivesse recebido ordens para na altura da Guiné se
desviar o mais possível das calmarias,tão danosas á navegação.Obedecendo e,segundo
Caminha,Cabral engolfou-se pelo “mar do
longo” e chegou á costa oeste do Cabo Verde,levado pela corrente equatorial,a
qual,desde a África orienta suas águas para as regiões fronteiras.Desconhecidas
até este momento,estas correntes que começam ,justamente, no Golfo da Guiné e
atingem uma largura de 300 milhas,devem ter arrastado os navios para cada vez
mais longe da costa africana.
Continuando a
derrota,na terça feira,21 de abril,avistaram ervas marinhas e gaivotas,sinal de
terra próxima.E,no dia 22, aquela terra que seria o o Brasil
aparecia,glorioso,ante os olhos deslumbrados.Ao
morro que se destacava foi dado o
nome de Monte Pascoal,pois,celebrava-se a Páscoa.
A TERRA
Navios rumaram para a
terra.O Capitão Nicolau Coelho saiu num batel e quando chegou á boca do rio dos
Frades,avistou uns 20 homens de pele cor de cobre, totalmente nus,armados de
arcos e flechas.
A um sinal amistoso do
Capitão,baixaram os arcos.Sem poder aportar devido ao mar que batia muito,ele
atirou para a terra um barrete vermelho,uma carapuça e um sombreiro preto.Os índios
devolveram o mimo ,jogando para os desconhecidos um cocar de penas brancas e um
colar de conchinhas.
Os portugueses voltaram
ás naus e foram procurar um lugar seguro para atracar os navios.
Velejando para o
norte,encontraram uma bela enseada,onde cabiam mais de duzentos navios.A esse
lindo e sossegado lugar deram o nome de Porto Seguro.
Num ilhéu a que chamaram de Coroa Vermelha,Cabral e sua
gente desembarcou e tiveram um merecido descanso.
A PRIMEIRA
MISSA
No dia 26 de abril ,por
ser época da Páscoa,resolveu o Capitão Cabral ouvir missa.Mandou armar uma
grande barraca e ordenou a todos que se dirigissem para lá.
Armaram um altar ,muito
bem ajaezado,tendo a bandeira da Ordem de Cristo ,em destaque.
O capelão da frota,Frei
Henrique Soares,de Coimbra, juntamente
com todos os padres da frota celebraram a Primeira Missa no Brasil.Acabada a
cerimônia e o sermão que enalteceu a bela terra recém conquistada,perceberam
que índios curiosos prestavam muita atenção a tudo e,por fim,começaram a dançar
e tocar a inúbia,sua buzina selvagem,encantando os portugueses.
Finda a reza e
agradecimentos, voltou-se ás questões práticas;combinaram enviar um emissário
ao Rei,comunicando-lhe o grande presente que recebera, de mão beijada.Escolheu-se
Gaspar de Lemos,que comandava o navio de mantimentos.
No dia 27 cortou-se um
madeiro que transformaram em cruz para que fosse testemunha da chegada dos
lusos a essa terra .No dia 30 á vista dos índios todos beijaram a cruz.Depois,em
procissão,colocaram a cruz num lugar convenientemente escolhido e ao pé dela
colocaram as armas e divisas reais.
Estava , enfim,batizado
o Brasil,agora possessão portuguesa.para gáudio do Rei D. Manoel e de Deus
Nosso Senhor.
BRASIL,UMA PIADA DE PORTUGUÊS?
EM DEFESA DOS LUSOS:
(para aqueles que acham que o Brasil deveria ter sido colonizado pelos holandeses e estão muito felizes com a colonização americana,of course)
O PORTUGUÊS INVENTOU
A MULATA
O ZÉ PEREIRA,que deu origem ao Carnaval
O SÃO JOÃO E AS FESTAS DE SANTO ANTONIO
MAS,ISTO,FOMOS NÓS QUE CRIAMOS
EU E GATO DONDON AGRADECEMOS A VISITA.
VOLTE SEMPRE!
Boa noite Miriam, obrigada pela sua visita no meu blog, eu já estou visitando os seus blogs mais ou menos uma hora, lendo, relendo, conhecendo um pouco de você e toda sua formação! É uma satisfação ter uma amiga tão letrada, tão autodidata. Voltarei mais vezes aqui, espero que goste de meus poemas, onde escrevo o que meu coração dita, e como disse uma vez nosso querido escritor Ferreira Gullar: "Preciso de um espanto, a frio não escrevo nada", sou assim minha querida, se o que eu escrevo não tocar no coração, na alma das pessoas, para mim não tem validade nenhuma, e assim interpreto os poemas, e poesias de outros autores, escrever um poema é como pintar uma tela em branco, ali damos a primeira pincelada, depois aos poucos vamos dando um toque com o pincel aqui, outro acolá... isso quando o poema não fica pronto no exato momento do espanto "risos"!!! Miriam uma linda e abençoada noite, até outro hora, beijos na alma e no coração.
ResponderExcluirClarice Moreno
Clarice,obrigada pela visita e doces palavras.Expressões maravilhosas sobre a Arte Literária.
ResponderExcluirUm grande abraço
Miriam é a própria pimenta malagueta. Ou, Pimenta Malagueta!
ResponderExcluirO Dondon é muito fofo!!!
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