O BLOG DE FEVEREIRO/2013
Ô ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR...
... contando a história das marchinhas que tanto alegraram
os carnavais de outrora.
Elas tem origem nas
marchas populares portuguesas,inclusive as marchas militares,com suas batidas
fortes -bum,bum- e compasso binário com
melodias simples,fáceis de memorizar e cantar.Rimas pobres,porém enriquecidas
pelas melodias,que,no Brasil,também se inspiraram na polca,no rag-time e no
one-step .
Mas,o forte das
marchinhas são as letras picantes,buliçosas,críticas,caricaturais,maliciosas,brejeiras,canalhas,cheias
de duplo sentido,ensejando a que o povão modificasse a letra a seu bel
prazer,inclusive, substituindo palavras por palavrões;como não existe pecado ao
sul do Equador,principalmente no Carnaval,os foliões arregaçam,como se diz,sem
medo da policia.
Antes de
desaparecerem para dar lugar ao samba-enredo,as marchinhas eram imbatíveis nas
sátiras e ninguém escapava de ser ridicularizado,pois a marchinha é
democrática:não poupa ninguém,nem o rei,nem o bispo,nem o papa.
Mas,seus alvos
favoritos são os políticos(como apanham esses malandros,nossa!) e as minorias
como os gays,os cornos,as mulheres feias ou boazudas,os padres,os
funcionários,as menininhas más de famílias boas,não há o que não seja
aproveitado.
As marchinhas tinham
que se desenvolver no Rio,irreverente pela própria natureza e dos anos 20 até
meados dos anos 50 reinaram absolutas nos nossos carnavais,desde a primeira
composição criada em 1899,Ô Abre Alas”,de Chiquinha Gonzaga.Depois vieram as
clássicas:Cidade Maravilhosa, que virou o hino do Rio de Janeiro,Pierrô
Apaixonado,a Jardineira,Touradas em Madrí, Chiquita Bacana,Taií,Papai Adão...
No Nordeste as
marchinhas ainda são cantadas,nas ruas,nos cordões carnavalescos.Ai,isso assim
tá muito bom,isso assim tá bom demais...As deliciosas marchinhas não podem
morrer!
O PAÍS DO CARNAVAL
Max Nunes
O Brasil tem 8 milhões e 525 mil quilômetros quadrados de
superfície.É um bocado de terra.Terra prá ninguém botar defeito.Mas,não
tem vaga pro meu carro.Dentro do Brasil dá prá estacionar a Inglaterra com o
Big Bem,a rainha e Lady Di;dá prá estacionar a Alemanha,a Bélgica,a Grécia com
todos os zorbas e mais o arroz à grega,a Itália com todos os seus papas e mais
o Pavarotti,a França com os seus diversos queijos e mais os ex-maridos de
Brigitte e a Argentina com a sua
invejável coleção de tanguistas de porre e mais todos os discos de
Gardel – mas,não tem vaga pro meu carro.
Carnaval!Como aparece espaço no Carnaval!Tem espaço para bloco,prá
rancho,prá desfile de escolas de samba cada uma com mais de dez mil passistas e
não sei quantos bicheiros –mas,não tem vaga pro meu carro.E, o Brasil,insisto
tem 8 milhões e 525 mil quilômetros quadrados!
Agora vejam o meu azar;se o Brasil,além desses km quadrados,tivesse
apenas mais um metro,já tinha vaga para meu carro!
VOCÊ SABE COMO SURGIU A BADERNA?
Tristeza e saudade
para uns, alivio para outros.Amanhã,ao meio dia,a cidade voltará ao normal,a
vida vai seguir o seu curso,estudos,trabalho,seriedade.As dores que estavam
meio anestesiadas pela folia,voltarão mais fortes;a alegria fabricada com dia e
hora marcada para terminar,abandona o dono sem dizer adeus.Cai-se na real,o
que,convenhamos,é melhor do que cair de um terceiro andar .Ou de cima de um
trio.Amores de carnaval desaparecem na fumaça,como diz a canção e o prosaico
retoma seu lugar.Adeus,adeus, ano que
vem tem mais.
Muitos,principalmente
os eternos mal humorados,acham o carnaval uma baderna.Enchem a boca para dizer
esta palavra sem nem ao menos saber o que ela significa.Mas,é uma estória de
amor.
Contam os antigos
que,na cidade dePiacenza,Italia,nos idos de 1828,nasceu uma bela moça chamada
Marietta Baderna.Nunca se sabe de onde lhe veio o nome,talvez de um ancestral
marinheiro.
O certo é que a linda
garota tornou-se bailarina,venceu os preconceitos inerentes á profissão,e entrou
para o elenco do famoso Scala,de Milão,com quem excursionou por toda a Europa.
Quando a
Italia,dominada pela Áustria,baniu os teatros e os artistas,Marietta veiu dar
com os costados no Rio de Janeiro,por volta de 1849,sabe-se lá porque.
O sucesso desta moça
foi tão grande que ela tinha uma enorme quantidade de fãs,todos muito
apaixonados e capazes de lhe ofertar a lua e as estrelas.Com frequência,uns se
batiam com os outros em brigas homéricas,criando enorme desassossego nas ruas
desta cidade pacata,que só queria passear em paz na Rua do Ouvidor,sem ser
desacatada por brigões irresponsáveis.
Os Romeus briguentos
foram apelidados de badernistas e daí surgiu a palavra baderna,significando
confusão e desordem.
EU,NO CARNAVAL
SOU SAUDOSISTA. GOSTO DOS CARNAVAIS DO PASSADO,DOS CARETAS,DAS LANÇA - PERFUMES,DOS CARROS ALEGÓRICOS,DO BAILE DO BAIANO,DOS PALHAÇOS,DAS MARCHINHAS,DA MUDANÇA DO GARCIA E DO JEGUE DE CUECA.
ALGUMAS FOTOS PROVAM QUE ,SIM,BRINQUEI O CARNAVAL;DESDE PEQUENININHA.
Com a inesquecível Regina Dourado,no baile de abertura do Carnaval,ainda no antigo Gláuber Rocha.
Carnaval em Las Palmas,Ilhas Canárias,1992
Gostei d relembrar as marchinhas, de aprender sobre a baderna... E ,claro de rever as fotos tuas nos carnavais.
ResponderExcluirbeijos,boa folia por aí! Aqui, só Paz e descanso, longe de barulhos... beijos,chica
Salvador é a capital campeã, dos carnavais do Nordeste. Aqui, na minha Fortaleza, ainda se "curte" um carnaval à antiga, nos clubes, em bailes saudosistas, nas marchinhas eternas. Nos desfiles de rua, só vou no dia que passa Maracatú e Blocos à oda antiga.
ResponderExcluirGostei, de ver tudo aí, bem exposto...Bom carnaval!