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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A PRIMAVERA


Chegou a primavera e ,como sempre,será bem vinda.Afinal,é a estação das flores que desabrocham numa indecência de cores e aromas,cheiros quentes e enlouquecedores,libido solta no ar.
Mesmo que você more em apartamentos e só cultive flores de plástico; ou,tenha apenas um caqueiro na varanda;ou ainda,que não se ligue em calendários ou eventos -fique certo-a primavera chegará.
Com ela chegam os pássaros cujo   pipilar alegre enche de alegria o ar.São os bem-te-vis,os beija-flores ,as andorinhas.
A Natureza extrapola em luxo e beleza.
Aqui nos trópicos ela nem sempre é reparada. Só os poetas pressentem sua chegada vestida de cor de rosa e coroada de flores,iluminada  e dançante.Pois só os poetas têm o poder de perceber o que ninguém percebe, como ver e entender estrelas.
Mas,nos países que saíram do fim do inverno sua chegada é quase uma remissão;sai o branco monótono e frio,o gelo que separa pessoas e vem o renascer da alegria com os primeiros raios do sol.
A primavera gerou a lenda da Bela Adormecida,aquela  linda  princesa que dormia até que foi acordada pelo beijo do príncipe,simbolizando a amor.
Pois,é amor que a primavera desperta.Parece que  soa dentro da terra,nas  suas mais íntimas profundezas um clarim tocado por mensageiros desconhecidos,acordando as árvores e as flores,os pássaros e animais e contaminando o mundo dos humanos com a febre da beleza e da alegria.
A nós nos resta assistir a essa alegria tão bela e tão efêmera.Como a juventude e a vida.
Texto:Miriam Sales

 A PRIMAVERA
CASIMIRO DE ABREU
A primavera é a estação dos risos, 
Deus fita o mundo com celeste afago, 
Tremem as folhas e palpita o lago 
Da brisa louca aos amorosos frisos.

 Na primavera tudo é viço e gala, 
Trinam as aves a canção de amores, 
E doce e bela no tapiz das flores 
Melhor perfume a violeta exala. 
Na primavera tudo é riso e festa, 
Brotam aromas do vergel florido, 
E o ramo verde de manhã colhido 
Enfeita a fronte da aldeã modesta. 
A natureza se desperta rindo, 
Um hino imenso a criação modula, 
Canta a calhandra, a juriti arrula, 
O mar é calmo porque o céu é lindo. 
Alegre e verde se balança o galho, 
Suspira a fonte na linguagem meiga, 
Murmura a brisa: - Como é linda a veiga! 
Responde a rosa: - Como é doce o orvalho!    

Mas como às vezes sob o céu sereno 
Corre uma nuvem que a tormenta guia 
Também a lira alguma vez sombria 
Solta gemendo de amargura um treno. 
São flores murchas; - o jasmim fenece, 
Mas bafejado s’erguerá de novo 
Bem como o galho do gentil renovo 
Durante a noite, quando o orvalho desce. 
Se um canto amargo de ironia cheio 
Treme nos lábios do cantor mancebo, 
Em breve a virgem do seu casto enlevo 
Dá-lhe um sorriso e lhe entumece o seio. 
Na primavera - na manhã da vida - 
Deus às tristezas o sorriso enlaça, 
E a tempestade se dissipa e passa 
À voz mimosa da mulher querida. 
Na mocidade, na estação fogosa, 
Ama-se a vida - mocidade é crença, 
E alma virgem nesta festa imensa 
Canta, palpita, s’extasia e goza. 
1° de Julho - 1858







Obrigada pela visita
Bjs da Miriam


uM MIMO PARA MIM:
Minha adorável amig, risonha e florida tal qual a primavera.
Não esqueci de você...
Divulguei aquela foto nossa (do Blog do Carlito) no jornal de Palmeira dos Índios, minha terra natal.
É para não esquecer mde você, sabe???

Abraços primaveris (será que existem? na poesia TUDO PODE!)
Isvânia Marques,Presidente da Academia de Letras de Palmeira dos Índios,AL





Querida Miriam

Adorei seu texto. E adoro também a primavera, que aos poucos leva embora esse frio glacial da serra fluminense...
Sérgio